Um drama transformado em arte. O amor nas suas diferentes variantes: o seu fim, o seu início, o seu recomeço e o seu lento falecimento.
"Dá-nos a conhecer as mulheres que somos, as que queremos ser, as que nunca seremos e as que talvez sejamos um dia. Mulheres à procura de um caminho na vida, em busca de si próprias e à descoberta de novos amores." Inwww.segredodoslivros.com
Li este livro no momento certo da minha vida, porque esta escritora prova-nos, através da ficção, que na realidade todos os fins são apenas princípios de algo mais.
Quando aprendi a ler, tornei-me numa menina leitora de fadas. Nunca de princesas. As fadas continham em si uma liberdade e uma magia tais que me fascinavam. Para além disso, abrigavam em si uma sabedoria milenar e misteriosa. As princesas só queriam apaixonar-se, casar e viver felizes para sempre. Nunca as compreendi.
Na minha memória desfocada e quase perdida vejo uma menina de 6 anos, sentada a uma mesa, na escola primária. No dia semanal da leitura, em que podíamos escolher ler o livros que quiséssemos, Oriana levou o dedo aos lábios, fez um shiiuu silencioso e chamou-me para a sua floresta.
Oriana era um nome tão bonito. O mais bonito que alguma vez tinha ouvido.
E o fascínio com que ela impregnou a minha vida ainda persiste actualmente.
O que mais gostei na Oriana foi a sua imperfeição. Perdeu as asas e a sua magia. Mas mesmo tendo perdendo tudo, a coragem prevaleceu. E teve a coragem de se perder para salvar alguém.
Desde esse dia, Oriana encanta o meu jardim, dança nos meus suspiros e inventa-me os sonhos.
Kafka não é um escritor para se ler de ânimo leve. Há que escolher o momento ideal das nossas vidas para nos embrenharmos nas suas palavras delirantes, solitárias e loucas. Mas depois conclui que todos os dias da nossa existência são maus para ler Kafka.
É um escritor incomodativo. Irritante.
Porque nos confronta com tudo aquilo sobre o qual não queremos falar: a existência, os objectivos de vida, o poder.
Como ele próprio escreveu numa carta a Oskar Pollak, 'se o livro que estamos a ler não nos acorda com um golpe na cabeça, então porque é que o lemos?'
Ora eu não gosto de magia, mas gosto de escolher livros pelas capas e essa é a razão que aqui me traz. Esta é a capa do livro, da edição portuguesa, a que estou a ler.
Eu teria pegado neste livro fosse qual fosse o autor. Em lado nenhum diz que é sobre um mágico. Aliás, suspeito que com o desenrolar da história, a magia há-de acabar por ficar em segundo plano. Até ver, parece-me perfeita e estou muito contente a passeá-la por tudo quanto é transporte público.
Moral da história: As capas dos livros são mesmo muito importantes. Repetir cem vezes. Ler mais...