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Livrologia

Livrologia

03
Fev16

Bjørnstjerne Bjørnson| Sigurd Slembe

A aventura épica de Sigurd Slembe, apesar de não me ter impressionado, tocou-me.

Um anti-herói, que de tão imperfeito na sua essência é perfeito na sua condição, perdido, mas sempre achado nas suas deambulações geográficas e espirituais, determinado a reclamar as suas raízes, arrancadas por um segredo.

Um verdadeiro drama hamletiano que o seu tradutor, William Morton Payne, não se cansa de elogiar:

[Em] "Sigurd Slembe" ele encontrou um tema inteiramente merecedor do seu génio, e produziu uma das mais nobres obras-primas da literatura moderna.

 

Aliás, Sigurd Slembe na sua solidão humana é o símbolo de todo o povo norueguês:

[E]sta suprema hora de paz de espírito que tem procurado durante tantos anos surge-lhe quando menos o espera, e todas as tempestades da vida se acalmam. [A] reconciliação que a hora da morte traz aos homens, cujas vidas foram marcadas por uma entoação trágica.

 Excertos de William Morton Payne-Björnstjerne Björnson, 1832-1910

sigurd-slembe-16_35156.jpg

Sigurd Slembe-Edvard Munch

1909-Oil on canvas; Munch-museet, Oslo, Norway

www.paintingmania.com

03
Fev16

O que vale um Nobel da Literatura

O que será que têm em comum os seguintes escritores?
Christian Matthias Theodor Mommsen; Bjørnstjerne Martinus Bjørnson; Giosuè Carducci; Rudolf Christoph Eucken; Gerhart Johann Robert Hauptmann; Jacinto Benavente; Grazia Deledda; Erik Axel Karlfeldt; Pearl Buck; Saint-John Perse; Giorgos Seferis; Eugenio Montale; Vicente Aleixandre; Derek Walcott; Odysseus Elytis; Elfriede Jelinek; Herta Müller.
Ganharam todos o Prémio Nobel.

 

E o que unirá estes outros escritores?
Leo Tolstoy; Fernando Pessoa; Jorge Luís Borges; Thomas Mann; Marguerite Duras; James Joyce; Iris Murdoch; Salman Rushdie; Ian McEwan; Jorge Amado; Rafael Alberti; Mario Vargas Llosa; Andrè Malraux; Marcel Proust; Ezra Pound;  Vladimir Nabokov; August Strindberg; Henrik Ibsen; Émile Zola; Mark Twain; Anton Chekhov; Eugène Ionesco.
Nenhum deles conseguiu ganhar o Prémio Nobel.

 

Não seria altura de olharmos com menos veneração para um Prémio que frequentemente tem passado ao lado de grandes escritores e preferido autores que os ventos da história já varreram da memória?

blasfemias.net

noble-peace-prize.pngImagem www.flickr.com 

03
Fev16

Bjørnstjerne Martinus Bjørnson| O quarteto fantástico norueguês

Bjørnstjerne Bjørnson continua a despertar a minha curiosidade pela literatura escandinava sobre a qual conheço muito pouco.

Escrever em plena luta pela independência do seu país tornou-o literariamente nacionalista, tornando-se num dos quatro grandes escritores que celebraram a cultura nacional norueguesa. 

Aliás, Henrik Ibsen, Bjørnstjerne Bjørnson, Alexander Kielland e Jonas Lie são o quarteto dos grandes fiordes que exaltaram o passado do seu país, os seus antepassados, os seus mitos, as suas montanhas e o mar.

Fica prometido para mais tarde um ciclo de leitura do quarteto fantástico norueguês.

03
Fev16

Também posso ler consoante o humor

A maior parte das vezes leio só por ler, para ter sensações que me liguem ao sujeito poético.

Também posso ler consoante o humor, tal qual sucede em relação à música, com a diferença que a poesia bate mais forte – a música é uma «droga leve».

Assim, se estou zangado, leio Maiakóvski; se estou cansado, Pessoa; se estou boémio, Rimbaud; se estou esperançoso, Whitman; se estou mordaz, O'Neill; se estou perdido, todos.

Nos dias de chuva descubro-me muitas vezes a ler o Livro de Cesário Verde e nas noites de trovoada navego no paquete de António Nobre, cheiiiinho de medo que vá ao fundo!

Quando quero divertir-me, leio os epigramas do Bocage.

Quando acordo a meio da noite (ou da manhã lol), costumo ter à mão Os Lusíadas, um dos meus livros de cabeceira.

zibaldone.blogs.sapo.pt

5209054119_02184299d0.jpgImagem www.prism-magazine.org 

03
Fev16

Bjørnstjerne Martinus Bjørnson| Sigurd Slembe, o herói trágico

Estou a ler uma tradução de 1888 de Sigurd Slembe e o que mais me agrada nestas edições mais antigas são as notas pessoais dos tradutores sobre a obra e/ou o escritor que estão a traduzir.

Nesta edição em particular, William Morton Payne, para além de tradutor, um crítico literário de renome, extravasa no prefácio a sua paixão pela literatura escandinava, caracterizando a trilogia de Sigurd Slembe:

(...) by the greatest breadth of treatment, by the most masterly delineation of character, and by the highest poetic truth.

Sigurd Slembe é a aventura épica de um herói indomável na sua determinação que busca as suas raízes, reclamando para si tudo aquilo que não lhe foi revelado na infância.

Um herói trágico na sua essência e derrotado no seu passado, presente e futuro. 

Mas não serão as melhores histórias aquelas que narram as derrotas e os derrotados?

03
Fev16

Bjørnstjerne Martinus Bjørnson| Dizer muito em poucas palavras

Bjørnstjerne Bjørnson está a transformar-me numa ávida leitora de paisagens literárias norueguesas. Poeta por instinto, não recua perante o realismo das suas palavras, deixando que a poesia se volatilize por entre cada curva, cada traço de escrita que o seu punho cinzela.

Jarger confessa que Bjørnson tem este condão, concedido a poucos, de dizer muito em poucas palavras. E quando tão pouco é assim tanto, há que reverenciar o homem e a sua obra.

788570-9-1289375334071.jpgImagem cashewnuts.blogg.no

Ele próprio confessou outrora:

But just because I had first lived and then written, the account got style and color (...), made me all the more certain that the hour had come (...). I would be a poet.

03
Fev16

Sully Prudhomme| Inspiração científica

Prudhomme queria ser engenheiro e estudou para o ser. Mais tarde reconsiderou e decidiu que queria escrever poesia científica para os tempos modernos. 

Fico sempre fascinada quando os estudiosos das matemáticas, físicas e químicas se transformam em grandes humanos das letras e da literatura.

Que transformação será essa que se opera nos bastidores da sua inspiração científica? 

Que processos orgânicos estarão por detrás dessa descoberta?

Qual equação matemática, onde não importa vislumbrar solução, mas onde foi encontrado todo o sentido.

03
Fev16

Bjørnstjerne Bjørnson | Norway's Long Struggle for Independence

Prosseguindo a minha demanda pela leitura de autores galardoados com o Prémio Nobel, comecei a ler este escritor norueguês que foi galardoado em 1903. É um facto que não entrei pela grandiosa porta principal das obras de Bjørnstjerne Bjørnson que abrange, particularmente, a sua poesia, mas optei por entrar pela sua faceta mais historicista onde enaltece a democracia vanguardista que a Noruega implementou desde cedo, bem como a persistência dos noruegueses em manterem a sua individualidade perante a Dinamarca e a Suécia.

 

When the laws are not common, the colors [of the flag] should not be blended.

03
Fev16

Philip Roth | O Animal Moribundo

Tenho que confessar que quem me fez ler Philip Roth - quis o acaso que fosse este o livro escolhido - foi a Maria do Rosário Pedreira no seu blog Horas Extraordinárias onde confessa:

Para mim, Roth é um dos eternos candidatos ao Nobel da Literatura que, se calhar, morrerá sem o ter.

 

Muitos podem acusar Roth de ser pornográfico o que considero ser uma descrição demasiado linear e um insulto à qualidade do texto deste escritor. Acho-o de uma sensualidade humana e criadora, que choca exactamente pela sua normalidade.

Neste livro aborda a velhice sob a perspectiva do amor e do desejo. Mordaz, sarcástico e de uma franqueza absurda, quase ultrajante, com um humor amargo que nos toma de assalto e nos despe socialmente.

O título vem do poema de William Butler Yeats:

Death

Nor dread nor hope attend
A dying animal;
A man awaits his end
Dreading and hoping all;
Many times he died,
Many times rose again.
A great man in his pride
Confronting murderous men
Casts derision upon
Supersession of breath;
He knows death to the bone
Man has created death.

 

O livro centra-se num dos dois alter-egos de Roth, David Kepesh que decide viver uma virilidade emancipada, sem família e sem esposa. Ao longo dos anos foi refinando esta sua filosofia de vida que subitamente se fragmenta numa enlouquecedora possessividade sexual por uma mulher que o transporta aos extremos da obsessão e do ciúme.

03
Fev16

Viver “fora dos livros” para os perceber

“A pior coisa que vos pode acontecer é tornarem-se frequentadores de bibliotecas”, disse há muitos anos um professor excelente que tive na licenciatura. Lembro-me de ouvir risos e de me rir com a provocação, longe de imaginar que me tornaria precisamente numa “frequentadora de bibliotecas” – em bom rigor, de uma biblioteca em particular.

Sou uma pessoa feliz quando me sento numa cadeira com o forro meio rasgado – já se organizava um crowdfunding para restaurar as cadeiras desta biblioteca – e aí dedico umas horas do meu dia a procurar livros que me interessam, a ler e a escrever. Mas percebo as razões que levaram o professor a desincentivar a frequência da biblioteca. Queria dizer aos alunos de vinte e poucos anos que tinham de viver “fora dos livros” para os perceber, para não reproduzirem palavras de outros, ideias de outros, sobretudo quando não as compreendiam. Sei que a associação entre a passagem do tempo e a capacidade de compreender o que lemos não está garantida e que nem sempre o leitor mais velho é o melhor leitor.

bomba-inteligente.blogs.sapo.pt

fec5822c66d68fbe92bcb0aa87485479.jpgImagem www.pinterest.com 

03
Fev16

Philip Roth| Uma viagem alucinante pela solidão humana

Philip Roth está a ser uma viagem alucinante pela solidão humana, pela intimidade que nos transforma e nos transtorna, pela animalidade sorrateira e predadora que habita em cada um de nós. 

 

A TV está a fazer o que faz melhor: o triunfo da banalização sobre a tragédia.

A mais ténue lucidez acerca da miséria tornada normal pela nossa era sedada pela grandiosa estimulação da maior das ilusões.

 

O humor é rebelde, com uma perspicácia sem precedentes, que coloca os pontos nos is na verdadeira natureza do ser humano, sem o desculpar ou infantilizar.

Vou querer ler muito mais deste escritor, mas só para o ano, que estou outra vez de castigo na biblioteca por ter entregue os livros com um mês de atraso.

03
Fev16

Elena Ferrante| Um encontro divino

Quando um livro toca o seu leitor e quando o leitor é tocado pelo seu livro, é um encontro divino.

A personagem sente-me e eu sinto-a.

Eu, a leitora, ela, a personagem, somos uma só.

Todas as palavras se reflectem em mim, num prisma de vidas passadas, presentes e futuras.

Sussuraram-me que me apoderasse delas.

E assim o fiz.

ferrante.jpg

Imagem www.fnac.pt

03
Fev16

Leitor livre

Deixar que alguém entre na nossa biblioteca e nos diga como ler e o que ler é, segundo Woolf, destruir «o espírito de liberdade que se respira nesses santuários». E afirma também: «Toda a literatura, quando envelhece, tem a sua pilha de desperdícios.» E de que maneira! Frases sábias de uma das escritoras mais interessantes de sempre. Eu, mesmo fazendo a vénia, gosto que me falem de livros que não li e de autores que não conheço, ainda que também descarte muitas leituras de obras que alguém me apregoa mas que, sei lá porquê, não me seduzem. Cada um que decida o que for melhor para si. Os leitores, em suma, devem ser livres de escolher.

horasextraordinarias.blogs.sapo.pt

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03
Fev16

A boa literatura supera a língua em que foi escrita

Não gosto do acordo ortográfico, não percebo a sua relevância, mas essa ignorância e essa sensibilidade jamais me levariam a deixar de ler literatura ou qualquer jornal e revista.

A boa literatura supera a língua em que foi escrita, o tempo e a sociedade em que foi escrita, é mais interessante do que o próprio autor que a escreveu.

Luís Naves-delitodeopiniao.blogs.sapo.pt

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03
Fev16

Elena Ferrante| Como consegue esta mulher dizer tanto, escrevendo tão poucas palavras?

Elena Ferrante está a fascinar-me com a sua escrita concisa e fluida.

Sempre que viro uma página, pergunto-me como consegue esta mulher dizer tanto, escrevendo tão poucas palavras.

 

Capaz de descrever o que de mais íntimo, reservado, ambíguo e explosivo existe no acto de viver*.

 

As personagens têm pele, choro nas veias, silêncios no tacto e gritos nos olhos. Chegam a ser mais reais que os seres humanos que habitam a não ficção.

As frases rasgam as páginas, atirando-nos aos olhos cada pedacinho deste puzzle que é a vida.

Ainda na página 53 d'Um Estranho Amor e só consigo pensar em descobrir mais peças, coleccioná-las sofregamente, guardá-las de olhares esquivos e encaixá-las no meu próprio ser.

*Isabel Lucas-www.publico.pt

03
Fev16

Alain de Botton | A Arte de Viajar

O que me fez retirar este livro da estante da biblioteca foi o título.

Apesar de desconhecer o seu autor, acreditei que iria voar por locais distantes e inóspitos. Com sorte e uma pitada de humor à mistura, leria aventuras caricatas e outras tantas que me fizessem reflectir sobre esse acto tão solitário que é viajar.

Mas não.

O que eu encontrei foram excertos de textos de outros escritores, um palavrear incessante sem conteúdo, como peças perdidas de diferentes puzzles que não encaixam por não pertencerem ali. Da arte de viajar pouco aprendi.

Li algures que este livro "analisa o lado psicológico que envolve o acto de viajar: como imaginamos lugares antes de viajar, como nos lembramos das coisas boas, o que acontece quando observamos um deserto, ou ficamos em um hotel." Não poderia discordar mais.

À excepção de um pequeno texto sobre Van Gogh que achei interessante, por ter sido um artista que, de facto, transpôs as suas impressões de viajante para os seus quadros, e outro sobre Humboldt e as suas viagens épicas de descoberta, nada me atraiu neste livro.

03
Fev16

Sully Prudhomme| The Vain Tenderness

Há muito tempo que não lia poesia e apesar de todo o valor que lhe é atribuído, Prudhomme não será um dos meus poetas.

Tece delicadamente uma teia de palavras frugais, onde o sol cintila por breves instantes, mas não o suficiente para me deslumbrar com a sua luz.

Poucas são as palavras e profundo o seu sentido, mas não lhe ouço o pulsar da vida.

03
Fev16

Hospital

Beethoven queixa-se da sua surdez, Byron da perna mais curta, Rousseau das dores na bexiga, Camões da falta que lhe faz o olho perdido, Borges da falta que lhe fazem os dois olhos, Cervantes queixa-se do braço decepado, Dostoiévski queixa-se de estar morto.

bicho-ruim-blog.blogspot.pt

c66e13f2e928823f02abca3fb080ca29.jpgImagem www.pinterest.com 

03
Fev16

O local onde me refugio

Esta foto não tem data e nunca terá.

É de uma biblioteca.

Tão intemporal como os livros que alberga no seu ventre.

O local onde me refugio para me abrigar das ventanias de Outono e das chuvas de Inverno.

É onde está o meu coração literário.

É também o meu lar.

biblioteca.1.jpgFoto: Miss X 

03
Fev16

Sully Prudhomme| A poesia como cura de um coração partido

Nesta minha senda de leituras dos galardoados com o Prémio Nobel, comecei por investigar o primeiro prémio atribuído em 1901 a Sully Prudhomme.

Sempre que pesquiso por algum escritor, encontro sempre obras dele traduzidas em inglês, mas neste caso não. 

Pesquisei, procurei e nada.

Visto que é um poeta e filósofo francês, tudo o que escreveu fê-lo na sua língua materna e assim se manteve até aos dias de hoje. Aliás, encontrei um ebook traduzido em inglês, mas os comentários a essa edição não eram os mais abonatórios. Na Wook há uma lista extensa, com indicação de que são edições em língua inglesa, mas cujos títulos estão em francês. Uma incongruência.

Portanto, o Prémio Nobel de 1901 basicamente ficou esquecido entre as brumas da memória da tradução para nunca mais de lá sair.

All who loved human poetry, the poetry of sweetness and light, took Sully Prudhomme to their heart of hearts.

www.goodreads.com

Sully_Prudhomme.jpgImagem en.wikipedia.org

 

A poesia como meio de cura de um coração partido é centenária. Prudhomme fê-lo e fê-lo tão bem que recebeu o 'reconhecimento [pel]a sua composição poética, que dá provas de idealismo elevado, perfeição artística e uma combinação rara das qualidades do coração e do intelecto'.

Recebeu o Prémio Nobel em detrimento de Leo Tolstoy o que causou algum descontentamento nas hostes literárias que consideravam a sua poesia competente mas sem inspiração. Aliás, Tolstoy é um dos doze escritores que se achava merecedor do Nobel, mas que nunca o recebeu.

Prudhomme escreveu não só poemas épicos, como também crítica literária, raciocínios científicos e pensamentos filosóficos.

Encontrei um poema, traduzido em inglês, as únicas palavras que lerei deste poeta filósofo:

 

The Broken Vase

 

The vase that holds the dying rose

Tapped lightly by a lady’s fan

Cracked at this slightest of all blows,

Though not an eye the flaw could scan.

 

And yet the line, so light, so slight,

Etched ever deeper on the bowl,

Spread to the left, spread to the right,

Until it circled round the whole.

 

The water sinks, the petals fall,

Yet none divines, no word is spoken;

The surface seems intact to all;

Ah! Touch it not – the vase is broken.

 

Thus oft the heart is lightly brused

By some slight word of those we cherished;

Yet through the wound our blood has oozed,

 As lo! The flower of love has perished.

 

Thought to the world our life seems whole,

The hidden wound is unforgotten;

It grows and weeps within the soul:

The heart is broken – touch it not.

03
Fev16

Livros que mudam a nossa vida

Há livros que mudam a nossa vida, que a viram do avesso e nos fazem pensar em coisas que nunca teríamos pensado sem eles. Há livros que nos mudam por dentro, e é bom que isso aconteça, significa que cumpriram o objectivo de dialogar com os leitores. Mas há livros que conseguiram mudar o mundo inteiro com as suas ideias e acabaram por influenciar os homens e mulheres do seu tempo e muitos outros de gerações subsequentes.

horasextraordinarias.blogs.sapo.pt

5bd800f44985950e068cf9becd38aebc.jpgImagem www.pinterest.com

03
Fev16

Haruki Murakami| O seu refúgio

A secretária de Haruki Murakami, um dos meus escritores favoritos.

Haruki Murakami has given his fans a sneak peek at his desk – and home-based office – on his website, accompanying the visual tour with descriptions of his deliciously quirky objects.

www.theguardian.com

Surripiado de horasextraordinarias.blogs.sapo.pt

e0442604-1b12-400f-9801-cd21a86147ec-1020x641.jpegImagem www.theguardian.com

03
Fev16

Uma série de livros sobre nada

Alain de Botton um conhecido filósofo pop que aplica a filosofia à vida quotidiana (só esta descrição já me provoca diarreia mental) escreveu uma série de livros sobre nada. Exactamente o que acabaram de ler. NADA.

Hoje em dia tudo é possível. Inclusivé tornarmo-nos em pseudo-filósofos-escritores de sucesso. Para isso basta coleccionar palavras cheias de ar, encaixá-las como legos, num jogo infantil inconsequente,  e rabiscá-las em papel branco. Sim, porque da arte da escrita nada vi naquelas páginas.

Pelos vistos este senhor tem uma série de livros escritos, uma mistura de auto-ajuda com pseudo-filosofia e não deixa de ser impressionante esta quantidade de tentativas de ridicularização de tudo e de todos, especialmente dos seus leitores.

Neste momento, estou a ler A Arte de Viajar. Tenho reservado a leitura deste livro para a casa de banho, o único lugar digno para uma obra como esta.

Ainda não acabei de ler o livro, visto que as minhas necessidades fisiológicas abrandaram o seu ritmo perante tamanha profundidade filosófica.

c7ce3a9f771742f665af3cf814b75f32.jpgImagem www.pinterest.com 

03
Fev16

Leitora ávida

Como leitora ávida que sou gosto de ler tudo. O bom e o mau. 

Tal como na justiça, dou o benefício da dúvida a um livro ou a um escritor considerados maus. Para os considerar culpados de mediocridade preciso de factos. Por isso, leio-os com plena consciência dessa possibilidade, imputando-lhes a sentença no primeiro capítulo ou na última página.

Mais vontade tenho de lê-los quando a mediocridade literária é adorada por milhares de pessoas. Preciso de compreender esse fascínio.

Tentar perceber se é porque a mediocridade encontra a mediocridade numa união de almas ou se a mediocridade se instalou pelo contágio das palavras impressas.

Preciso de saber o que fascina o mundo para conseguir lidar com ele.

f77c9d7373c0bbfaed060ba0ec2ee8aa.jpgImagem www.pinterest.com

Quanto mais leio menos sei
Tudo o que escrevi para o Desafio de Escrita dos Pássaros está aqui!
Já começou a viagem pelo mundo da Gata Borralheira.
Cinema e literatura num só.
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Notícias literárias ou assim-assim em Operação Bookini
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