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Livrologia

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29
Fev16

Nikolai Gogol| A obra do diabo

No Outono de 1851, Gogol instalou-se em Moscovo numa casa do seu amigo Conde Alexander Tolstoy. Tinha um círculo de conhecidos, que incluía o filósofo Aleksei Khomyakov e o poeta Nikolai Yazykov.

Khomyakov foi casado com a irmã de Yazykov, Catherine, uma mulher inteligente, gentil e carinhosa. No entanto, Gogol não teve tempo para desfrutar do seu grupo de amigos próximos, antes da tragédia  se abater: Catherine morre em Janeiro de 1852, apenas três dias depois de ter adoecido com tifo. Ela tinha apenas 35 anos.

Gogol ficou desvastado com a morte de Catherine. Dominado por um medo da sua própria moralidade, mergulhou numa depressão profunda e voltou-se para a religião em busca de salvação. O seu conselheiro espiritual era um padre ultra-ortodoxo chamado Pai Matvei Konstantinovsky, que  considerou a sua escrita como obra do diabo. Talvez, sem qualquer surpresa, Gogol tenha declarado o segundo volume de "Almas Mortas" um fracasso, queimando-o, juntamente com outros manuscritos.

Quem visita Moscovo pode dirigir-se à casa que fica na Nikitsky Boulevard e imaginar o frenético escritor a cometer este acto destrutivo.

Artigo "The final days of Russian writers" de Yolanda Delgado

Traduzido do inglês

rbth.com

29
Fev16

Nikolai Gogol| A Divina Comédia

Apesar do seu sucesso, Gogol tinha ambições literárias por cumprir. Profundamente atraído pela terra do grande Dante e pelo legado literário do Renascimento, tentou criar a sua própria "Divina Comédia". Gogol ficou frustrado por ter conseguido apenas recriar o "Inferno" na primeira parte de "Almas Mortas", então decidiu escrever o seu próprio "Purgatório" e "Paraíso" no segundo volume.

Ele estava determinado a que a continuação do seu "poema" apresentasse personagens com virtude e integridade - um exemplo moral para a sua audiência russa.

Até então, os leitores de Gogol tinham visto as suas obras como comédias ultrajantes, aparentemente sem o profundo pathos da condição humana que está por detrás do humor estranho e das personagens absurdas.

Artigo "The final days of Russian writers" de Yolanda Delgado

Traduzido do inglês

rbth.com

29
Fev16

Nikolai Gogol| O seu triste fim

Fevereiro, 1852. O escritor Nikolai Gogol está a morrer. Ele tenta puxar meia dúzia de sanguessugas do seu nariz, mas as suas mãos estão firmemente atadas à cama. Entretanto, os médicos charlatões que estão a tratá-lo preparam outro banho quente, a ferver, e enviam mais jarros de água gelada para despejar sobre a cabeça dele. É um triste fim para um dos grandes da literatura russa, cujo sucesso e fama não o puderam salvar do seu sentido de fracasso e do medo mórbido da morte que o contagiaram nos seus últimos dias.

Gogol era já uma celebridade quando regressou à Rússia em 1848, mais de 10 anos depois de ter partido para a Europa. Tinha obtido um sucesso popular com obras como "O Inspector-Geral", "O Nariz", "O Capote" e a primeira parte de "Almas Mortas".

Este foi o homem que escreveu as primeiras obras de surrealismo russo e o grotesco, e foi tão importante para o futuro desenvolvimento da literatura russa que há uma citação, que alguns atribuem a Dostoiévski e outros a Turgenev, declarando: "Todos nós saímos do capote de Gogol".

Artigo "The final days of Russian writers" de Yolanda Delgado

Traduzido do inglês

rbth.com

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