Inconveniente
Morrer é inconveniente.
Fiódor Dostoiévski-Crime e Castigo
Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
Morrer é inconveniente.
Fiódor Dostoiévski-Crime e Castigo
É triste constatar que muito dos grandes génios da literatura não se encontram disponíveis em português.
Porque haveriam as editoras apostar nos clássicos, quando, na sua maioria, os livros mais vendidos são aqueles pelas quais as árvores morreram em vão?
Inocentes declarados culpados.
Culpados declarados inocentes.
O crime como modo de vida.
O crime como modo de sobrevivência.
Será o maior dos castigos a culpa, o remorso, a vergonha e a indignidade?
Tudo se expia, tanto o bem como o mal, cedo ou tarde se pagam. O bem é mais caro, forçosamente.
Louis Céline
Iniciei o meu pequeno projecto de leitura de autores galardoados com o Prémio Nobel, projecto esse que implica ler, não apenas as obras, mas também factos sobre esses mesmos autores.
São 107 os escritores, num intervalo temporal que vai desde 1901 a 2014.
A caminhada vai ser longa, mas vai ser uma experiência de valor pessoal incalculável.
De 1900 a 1910
1902-Theodor Mommsen [Alemanha]
1903-Bjørnstjerne Bjørnson [Noruega]
1904-Frédéric Mistral [França]
1904-José Echegaray [Espanha]
1905-Henryk Sienkiewicz [Polónia]
1906-Giosuè Carducci [Itália]
1907-Rudyard Kipling [Reino Unido]
1908-Rudolf Christoph Eucken [Alemanha]
1910-Paul von Heyse [Alemanha]
De 1911 a 1920
1911-Maurice Maeterlinck [Bélgica]
1912-Gerhart Hauptmann [Alemanha]
1913-Rabindranath Tagore [Índia]
1914-O Prémio Nobel não foi atribuído neste ano
1915-Romain Rolland [França]
1916-Verner von Heidenstam [Suécia]
1917-Karl Adolph Gjellerup [Dinamarca]
1917-Henrik Pontoppidan [Dinamarca]
1918-O Prémio Nobel não foi atribuído neste ano
1919-Carl Spitteler [Suíça]
De 1921 a 1930
1921-Anatole France [França]
1922-Jacinto Benavente [Espanha]
1923-William Butler Yeats [Irlanda]
1924-Wladyslaw Stanislaw Reymont [Polónia]
1925-George Bernard Shaw [Reino Unido]
1926-Grazia Deledda [Itália]
1927-Henri Bergson [França]
1928-Sigrid Undset [Noruega]
1929-Thomas Mann [Alemanha]
1930-Sinclair Lewis [E.U.A.]
De 1931 a 1940
1931-Erik Axel Karlfeldt [Suécia]
1932-John Galsworthy [Reino Unido]
1933-Ivan Alekseyevich Bunin [Rússia]
1934-Luigi Pirandello [Itália]
1935-O Prémio Nobel não foi atribuído neste ano
1936-Eugene Gladstone O'Neill [E.U.A.]
1937-Roger Martin du Gard [França]
1938-Pearl Buck [E.U.A.]
1939-Frans Eemil Sillanpää [Finlândia]
1940-O Prémio Nobel não foi atribuído neste ano
De 1941 a 1950
1941-O Prémio Nobel não foi atribuído neste ano
1942-O Prémio Nobel não foi atribuído neste ano
1943-O Prémio Nobel não foi atribuído neste ano
1944-Johannes Vilhelm Jensen [Dinamarca]
1945-Gabriela Mistral [Chile]
1946-Hermann Hesse [Alemanha]
1947-André Paul Guillaume Gide [França]
1948-Thomas Stearns Eliot [Reino Unido]
1949-William Faulkner [E.U.A.]
1950-Earl (Bertrand Arthur William) Russell [Reino Unido]
De 1951 a 1960
1951-Pär Fabian Lagerkvist [Suécia]
1952-François Mauriac [França]
1953-Sir Winston Leonard Spencer Churchill [Reino Unido]
1954-Ernest Miller Hemingway [E.U.A.]
1955-Halldór Kiljan Laxness [Islândia]
1956-Juan Ramón Jiménez [Espanha]
1957-Albert Camus [França]
1958-Boris Leonidovich Pasternak [Rússia]
1959-Salvatore Quasimodo [Itália]
1960-Saint-John Perse [França]
De 1961 a 1970
1961-Ivo Andric [Bósnia e Herzegovina]
1962-John Steinbeck [E.U.A.]
1963-Giorgos Seferis [Turquia]
1964-Jean-Paul Sartre [França]
1965-Mikhail Sholokhov [Rússia]
1966-Shmuel Agnon [Ucrânia] e Nelly Sachs [Alemanha]
1967-Miguel Angel Asturias [Guatemala]
1968-Yasunari Kawabata [Japão]
1969-Samuel Beckett [Irlanda]
1970-Alexandr Solzhenitsyn [Rússia]
De 1971 a 1980
1971-Pablo Neruda [Chile]
1972-Heinrich Böll [Alemanha]
1973-Patrick White [Reino Unido]
1974-Eyvind Johnson [Suécia] e Harry Martinson [Suécia]
1975-Eugenio Montale [Itália]
1976-Saul Bellow [Canadá]
1977-Vicente Aleixandre [Espanha]
1978-Isaac Bashevis Singer [Polónia]
1979-Odysseus Elytis [Grécia]
1980-Czeslaw Milosz [Lituânia]
Já nas últimas páginas de Crime e Castigo, pergunto-me o que é um crime, afinal?
É matar? É roubar? É ver passar a miséria ao nosso lado e nada fazer? É olhar para o lado, negando a sua existência?
Uns atrás dos outros, retiraram-se para a porta com aquela estranha sensação de contentamento que se nota sempre nas desgraças, mesmo entre as pessoas mais próximas, sensação que ninguém pode evitar, por mais sinceros que sejam os seus sentimentos de pena e condolência.
Fiódor Dostoiévski-Crime e Castigo
Darwin's Café na Fundação Champalimaud-Lisboa
O grande romance filosófico de Dostoiévski [Crime e Castigo] é como Hamlet de Shakespeare, mas em sentido inverso. No início da história, o acto fatal é feito; a procrastinação, a auto-análise e a loucura seguem-se depois. Há pouca razão de ser no duplo assassinato por Raskolnikov, o ex-estudante, que se demora (a maior parte do livro) a entrar em acordo consigo próprio.
Mark Fisher
Traduzido do inglês
www.theguardian.com
Fica sabendo que vocês todos, mas todos, são uns fala-baratos e uns fanfarrões miseráveis! Toca-vos um sofrimentozinho de merda e põem-se a cacarejar em cima dele como a galinha em cima do ovo! Até nisso cometem plágio. Não têm a mais leve sombra de vida independente. São feitos de pomada, de espermacete e têm soro nas veias em vez de sangue! Não confio em nenhum de vocês! A vossa primeira preocupação, em todas as situações, é não parecerem seres humanos!
Fiódor Dostoiévski-Crime e Castigo
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.