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A natureza é um espelho, o mais límpido dos espelhos! Olhe para o espelho e espante-se, é isso!
Fiódor Dostoiévski-Crime e Castigo
E vai desculpar-mo, a um velho como eu, que o senhor ainda é jovem, é um homem, por assim dizer, ainda na primeira mocidade, e por isso aprecia acima de tudo o intelecto humano, a exemplo de toda a juventude.
Fiódor Dostoiévski-Crime e Castigo
Imagem edendroid.com
Aliás, o ser humano, em geral, adora ser insultado, já reparou nisso?
Fiódor Dostoiévski-Crime e Castigo
É por causa da lua que está tanto silêncio, se calhar está-nos a perguntar uma adivinha.
Fiódor Dostoiévski-Crime e Castigo
Imagem www.boredpanda.com
Amam como quem odeia.
Fiódor Dostoiévski-Crime e Castigo
Orfão por assassinato, preso como revolucionário, renascido para o cristianismo, Dostoiévski esteve inevitavelmente preocupado com a violência e a injustiça, bem como com a batalha entre o bem e o mal. A luta entre os radicais não religiosos e o sistema anti-democrático encheu-o de fascínio e horror.
Este romance absorve essas preocupações na história de Raskólnikov, um estudante de uma São Petersburgo empobrecida, desvastado pelo remorso depois de assassinar uma penhorista.
Todos os elementos do melodrama vitoriano estão aqui, desde a prostituta com bom coração à irmã casta com o seu pretendente lascivo; o que distingue Crime e Castigo é a intensidade do conflito moral.
Phil Daoust
Traduzido do inglês-www.theguardian.com
Quando abrimos a primeira página de Crime e Castigo, Raskólnikov agarra-nos pela mão e leva-nos consigo pelo seu delírio culposo. A culpa ou a não existência dela assombram-no, entranhando-se nos seus pensamentos, nos seus sonhos, em cada fibra do seu ser.
Adorei o diálogo de Raskólnikov com Sónia, quando ele decide confessar-lhe o seu tormento. Para além de ter sido o capítulo que mais me apaixonou, são eles também as personagens da minha eleição.
O seu rosto ainda conservava muita beleza do passado, além de parecer muito mais jovem do que era na realidade, o que quase sempre acontece às mulheres que mantêm até à velhice a clareza de espírito, a frescura das sensações e um ardor puro e honesto do coração. Diremos entre parênteses que manter isso tudo é a única maneira de não se perder a beleza, mesmo na velhice.
Fiódor Dostoiévski-Crime e Castigo
Enganarmo-nos é o único privilégio humano frente a todos os outros organismos! Quem erra chega à verdade! Sou ser humano precisamente porque erro. Ainda ninguém chegou a uma verdade qualquer sem antes se ter enganado catorze vezes, ou talvez cento e catorze, e isso é um mérito, neste sentido. Mas não, nem sequer sabemos errar por nossa própria cabeça! Diz-me um disparate, mas à tua maneira, aí dou-te um beijo! Um disparate nosso, à nossa maneira, é quase melhor do que uma verdade alheia; no primeiro caso, somos seres humanos, no segundo somos pássaros! Não é a verdade que foge de nós, mas é muito mais fácil dar cabo daquilo que é realmente vida: há exemplos disso. (...) Tomámos o gosto de nos satisfazermos com as ideias alheias, ganhámos esse hábito! Não é verdade?
Fiódor Dostoiévski-Crime e Castigo
Preciso de força, de força, sem força nada se consegue; e a força adquire-se também com a força, é isso que eles não sabem.
Fiódor Dostoiévski-Crime e Castigo
Passo as minhas manhãs a ler. Todos os dias, às 10 da manhã tenho um encontro marcado com alguém do mundo da literatura.
Sentados a uma mesa acolhedora, com um café fumegante entre nós, conversamos silenciosamente.
E são estas conversas que me mantêm focada na vida, enquanto espero.
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