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A ideia do século de ouro é própria de todos os povos e apenas prova que as pessoas nunca estão contentes com o seu presente e como, por força da experiência, têm poucas esperanças no futuro, embelezam o passado irrecuperável com todas as flores da sua imaginação.
Aleksandr Pushkin-A História da Aldeia de Goriúkhino
Uma criada, quando estendia a roupa no sótão, encontrou um velho cesto cheio de aparas, lixo e livros. Toda a casa conhecia a minha paixão pela leitura. A minha despenseira, no preciso momento em que eu, debruçado sobre o meu caderno, mordia a pena e pensava na maneira de tentar escrever sermões rurais, trouxe-me triunfalmente ao quarto o dito cesto, exclamando com alegria: «livros, livros!».
«Livros!», repeti com entusiasmo e atirei-me ao cesto.
Aleksandr Pushkin-A História da Aldeia de Goriúkhino
Ser juiz, observador e profeta dos séculos e dos povos parecia-me o grau superior a que podia aceder quem escreve.
Aleksandr Pushkin-A História da Aldeia de Goriúkhino
Se Deus me mandar leitores, talvez seja curioso saberem como resolvi escrever A História da Aldeia de Goriúkhino.
Outro conto inacabado sobre as ânsias de escrita às quais não conseguimos resistir. E nada melhor do que escrever sobre aquilo que conhecemos tão bem: o local que também nos conhece.
Numa tal situação extrema, passou-me pela mente: e se tentasse eu próprio escrever alguma coisa?
Além disso, ser escritor pareceu-me tão complicado, tão inacessível para nós, profanos, que, no primeiro momento, a ideia de pegar na pena me assustou.
Escolhi historietas notáveis que ouvira outrora da boca de várias pessoas, e tentei enfeitar a verdade com a marcha animosa da narrativa e, por vezes, com as flores da minha própria imaginação.
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