De resto, lembrava-se de haver tido, em certos momentos, estranhos pensamentos ao fixar, por exemplo, os olhos da jovem: pressentia-se neles uma obscuridade profunda e misteriosa. Dir-se-ia que o olhar esbarrava num enigma.
Humilhados e Ofendidos tem uma leveza telenovelesca, de puro entretenimento, com voltas e reviravoltas e muito amor. Tanto, que dele não escapamos, mesmo que queiramos fugir dele num voltear de página. Porém, tudo é vivido num limbo entre aparência e realidade.
Escrita e publicada em simultâneo que Recordações da Casa dos Mortos, terá sido escrito no regresso do cativeiro de dez anos na Sibéria, onde leu David Copperfield e A Loja de Antiguidades de Dickens.
Aliás, vivemos esta leitura num ambiente muito dickensiano, o que revela a grande admiração que Dostoiévski tinha por Dickens. Especula-se que Dostoiévski tenha viajado para Londres em 1862 e que durante a sua estadia o terá conhecido.
Are losing theirs and blaming it on you; If you can trust yourself when all men doubt you, But make allowance for their doubting too; If you can wait and not be tired by waiting, Or, being lied about, don't deal in lies, Or, being hated, don't give way to hating, And yet don't look too good, nor talk too wise;
If you can dream - and not make dreams your master; If you can think - and not make thoughts your aim; If you can meet with triumph and disaster And treat those two imposters just the same; If you can bear to hear the truth you've spoken Twisted by knaves to make a trap for fools, Or watch the things you gave your life to broken, And stoop and build 'em up with wornout tools;
If you can make one heap of all your winnings And risk it on one turn of pitch-and-toss, And lose, and start again at your beginnings And never breath a word about your loss; If you can force your heart and nerve and sinew To serve your turn long after they are gone, And so hold on when there is nothing in you Except the Will which says to them: "Hold on";
If you can talk with crowds and keep your virtue, Or walk with kings - nor lose the common touch; If neither foes nor loving friends can hurt you; If all men count with you, but none too much; If you can fill the unforgiving minute With sixty seconds' worth of distance run - Yours is the Earth and everything that's in it, And - which is more - you'll be a Man my son!
O seu pai, John Lockwood Kipling, foi director da Escola de Arte Jeejeebyhoy. Arquitecto e artista foi para Bombaim para incentivar, apoiar e restaurar a arte nativa indiana contra as incursões dos interesses comerciais britânicos. Arte essa que, representando uma tradição rica e milenar, estava a ser subitamente ameaçada de extinção.
A sua mãe, Alice Macdonald, mantinha ligações com membros importantes do movimento Pré-Rafaelita da arte e literatura britânicas.
Tradução livre do inglês de www.poetryfoundation.org
Não sei se convosco acontece o mesmo, mas eu tenho por hábito levar para férias alguns livros que já não voltam na bagagem. São livros mais velhos que tenciono ler apenas uma vez, acabando por deixá-los ficar nos hotéis por onde passo - leituras momentâneas, semelhantes a diversas pessoas com quem nos vamos cruzando vida fora. Chegam e partem.
É também uma forma de partilhar leituras: acho estimulante a ideia de imaginar que aquela janela que para mim ficou fechada tavez possa abrir-se inesperadamente para alguém que nunca conhecerei.
E uma vez mais me interrogo: porque teremos tanta dificuldade em desapegar-nos de livros que foram nossa efémera companhia de férias em vez de lhes proporcionarmos novos leitores? Isto sempre me fez alguma confusão. Porque, em boa verdade, não somos donos deles. Na melhor das hipóteses, somos nós a pertencer aos livros. É pura ilusão pensarmos que eles nos pertencem.