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O «clássico», o «obrigatório» Pushkin pode decepcionar os amantes de clássicos sumptuosos e difíceis. Sem ser uma «leitura fácil», lê-se facilmente.
É bom falar com ele, às vezes mais do que com alguém de carne e osso. Pushkin estabelece um óptimo contacto com o leitor.
Compreensível, transparente e fascinante, é mais acessível para o leitor do que muitos dos escritores naturalistas nossos contemporâneos.
É aberto, não se esconde por trás de conceitos herméticos nem frases sofisticadas.
Como interlocutor, é muito bem formado: não aborrece com sermões, não humilha com altivez, não faz o leitor sentir-se um pobre de espírito perante uma agressiva erudição de grande homem.
Conta histórias, palra, brinca, trata-nos com respeito e simpatia. Cumprimenta, pergunta pela saúde da família.
Acusá-lo de elitista é injusto.
Introdução de Nina e Filipe Gerra, n'O Cavaleiro de Bronze e Outros Poemas de Aleksandr Pushkin
Movimento é também liberdade.
Foi o poeta Aleksandr Blok quem, num memorável discurso pronunciado aos pés da estátua do poeta em 1921, saudou em Pushkin um «mestre da liberdade», para além dos seus paradoxos de homem social e das suas contradições políticas.
Introdução de Nina e Filipe Gerra, n'O Cavaleiro de Bronze e Outros Poemas de Aleksandr Pushkin
Uma das facetas menos conhecidas de Pushkin é o desenho.
Adorava desenhar e muitos esboços sobreviveram à sua morte.
Geralmente desenhava nas margens das páginas dos seus manuscritos.
Auto-retrato por Aleksandr Pushkin
Imagem www.openculture.com
Estareis lembrado, vossa senhoria,
Ó mossiú franciú, capitão merdento,
Como o nosso povo bem se alembraria,
Das sovas dos russos sobre a vossa gente?
Nem nos foi difícil: é que somos ossos
Duros de roer, e zurzimo-vos bem,
Foi assim outrora, diante dos nossos,
Então não te lembras, ó cona da mãe?
Excerto do poema Reputação do Sr. Béranger de Aleksandr Pushkin
O Cavaleiro de Bronze e Outros Poemas de Aleksandr Pushkin
Escrito em resposta a uma canção bonapartista.
As tropas napoleónicas foram derrotadas em toda a linha quando invadiram a Rússia, a ponto dos exércitos russos terem chegado até Paris.
Liberto do regime rigoroso do liceu, o poeta compensa os anos de reclusão escandalizando toda a gente com as suas aventuras amorosas e provocando a irritação das autoridades com as suas poesias satíricas e epigramas atrevidos, em que não poupa até o czar Alexandre I. (...)
O czar decide castigar o ousado poeta.
Por obra de amigos influentes Pushkin não é preso nem exilado, apenas transferido do seu modesto serviço no Ministério dos Negócios Estrangeiros para o Sul do país.
[Em 1824 foi exilado] para a província de Pskov, aldeia de Mikháilovskoe, sem o direito de abandonar o local. Pushkin sofreu aqui um verdadeiro isolamento, durante dois anos, até à morte de Alexandre I.
O novo czar, Nicolau I, manda-o logo regressar a Petersburgo e a vida do poeta muda radicalmente.
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