Seja à frente da vanguarda futurista, trabalhando em revistas de esquerda, fazendo propaganda para o Estado ou derramando-se em efusões líricas, Maiakovski entregava-se a tudo com extrema intensidade.
“Na força e na fraqueza, surgiu como um homem que se entregava a tudo de corpo e alma. A nenhuma ideia, a nenhum trabalho ele se dava pela metade”, diz Alexei Bueno.
Maiakovski foi uma personalidade controversa, provocativa e extrema.
Testemunhas chegaram a descrevê-lo: “como se um hipopótamo entrasse numa loja e provocasse excessos messiânicos…” (Kniazev).
Roberto Goldkrin, no prefácio de Como Fazer Versos, descreve-o como “um ser contraditório e fascinante, que ao destronar a poesia e o poeta do alto de um Olimpo elitista e classicizante, elevou-se a dimensões muito aquém dos formulários e especificações do fabricante”.
Já Boris Schaiderman, descreve-o como uma criatura “vibrante e polémica, toda agressividade e ímpeto”.
E o próprio poeta descrevia-se como alguém a quem a anatomia enlouqueceu:
Nos demais – eu sei, qualquer um o sabe – o coração tem domicílio no peito. comigo a anatomia ficou louca. sou todo coração – em todas as partes palpita.