O início do século XX entrou para a história da cultura russa sob o belo nome de «Era de Prata».
Este período foi marcado pelo surgimento de novas correntes e opiniões sobre arquitectura, música, pintura, teatro e literatura.
A poesia da «Era de Prata» enriqueceu a literatura russa com novos poetas e novas formas de fazer versos e está ligada ao aparecimento de notáveis mestres tais como Valeri Briussov, Innokenti Annenski, Konstantin Balmont, Anna Akhmatova, Andrei Belyi, Ivan Bunin, Maksimilian Volochin, Nikolai Gumilev, Ossip Mandelstam, Vladimir Maiakovski, Boris Pasternak, Igor Severianin, Velimir Khlebnikov, Marina Tsvetaeva, Kornei Tchukovski, Serguei Iessiénin e muitos outros.
A obra poética de Serguei Iessiénin tornou-se parte da cultura mundial e foi traduzida para as principais línguas mundiais – do ocidente ao oriente. Para muitos povos ele é o mais importante poeta russo.
Iessiénin é um dos mais conhecidos e amados poetas da "Era de Prata". O que se pode dizer de mais importante acerca dos seus versos é que são russos pelo seu espírito. A aceitação geral da sua obra reflecte-se no facto de muitos dos seus versos terem sido memorizados e cantados pelo povo. A poesia do poeta continua a ser actual e, ainda hoje, muitos cantores e grupos de rock contemporâneos russos compõem música com base nos poemas de Iessiénin.
Excerto de www.uc.pt
The Bronze Horseman and St Isaac's Cathedral in St. Petersburg, Russia
Apesar de me manter escondida na rotina dos dias, as minhas leituras continuam.
Devagar, para serem bem saboreadas.
Não as tenho comentado aqui, mas espero fazê-lo quando a calma me embalar novamente no seu colo de silêncios.
As ansiedades destes dias não me aquietam e preciso de quietude para escrever sobre a inquietude que os livros me provocam.
É com estas inquietudes que devemos viver e não com ansiedades fúteis que o mundo nos quer impingir, como se delas dependessem o nosso alvorecer e anoitecer.
A literatura russa está a mudar não só a minha percepção como leitora, mas também a minha perspectiva do ser humano.
Aprendi com ela que o mundo se resume a seres humanos, com mente e coração unidos em desacordo, com abraços perdidos no limbo do pensamento, com raivas de entranhas feitas, com segredos sempre desvendados num olhar de tempestade.
Ler tudo isto é regressar ao estado primevo de humanidade, esquecida já nos insterstícios de bytes facebookianos.
Passei pela livraria, desta vez foi só uma, e não trouxe um livro sequer, nem um.
Talvez me tenha acertado bem na fronte tudo o que tenho que ler esta semana, e nem tudo por prazer, embora eu bem saiba que o que começa como desprazer acaba em obsessão, talvez me tenha apercebido daquilo que é óbvio para mim todos os dias, exceto quando vou às livrarias, que nem chegando a tri ou tetra centenário conseguirei degustar estas páginas todas, ou talvez não tenha descoberto desta vez um livro que encaixe no meu desejo de descobrir.
Há razões absurdas para negarem o prémio [Nobel] a certos escritores. Tólstoi, por exemplo. Tiveram dez anos, até à sua morte, para lho darem. Razão essa que foi explicada pelas normas deixadas pelo Sr. Nobel. Que o prémio teria que ser atribuído a quem tomasse a Literatura numa direcção ideal ou idealista. Se pensarmos bem, as suas obras e especialmente os seus ensaios são bastante mais idealistas e continham um efeito muito mais positivo do que qualquer outro escritor do século XX. Que o prémio tenha sido atribuído em 1907 a quem escreveu "The White Man's Burden", ao invés de quem influenciou Ghandi na sua conquista de não-violência, é no minímo irónico..