Não sei que idade teria quando entrei pela primeira vez numa livraria, mas sei que foi pela mão do meu pai. Era o seu passatempo favorito: ir por Lisboa errando, de livraria em livraria.
E eu, tentando acompanhar os seus passos gigantes, corria ao lado dele, enquanto ele me explicava que existiam livrarias que eram «cemitérios de palavras cheias de teias de aranha que se eternizam nos cantos dos móveis».
Outras havia em que «as palavras se envergonhavam e onde poderíamos encontrar de costas voltadas, para que não fossem reconhecidos, Shakespeare e Goethe».
Nalgumas livrarias seríamos bem-vindos, noutras o meu pai sabia que não iria encontrar nada que lhe interessasse e que seríamos observados com ar aborrecido.
Havia ainda outras onde alguns livros gritariam: «Socorro, tirem-me daqui!» Mas todas elas tinham um nome para além do seu nome: o nome do livreiro que lá estava.
A livraria do senhor Vicente, a do senhor Barata, a do senhor Braga, a do senhor Armando, a do senhor Nuno de Cascais. Hoje ainda temos livrarias com nome, ainda que sejam quase todas do "monsieur" Fnac ou Bertrand...
O Purgatório é a segunda parte d' A Divina Comédia de Dante Alighieri.
É a criação mais original de Dante, visto que ao contrário do Inferno e do Paraíso, que à data eram concepções já imaginadas por várias religiões, o Purgatório, na época em que A Divina Comédia foi escrita, era um novo dogma da Igreja Católica.
Segundo Dante, o Purgatório é um espaço intermediário, que se encontra na parte austral do planeta, onde existe uma única ilha com uma grande montanha no centro, que sobe até alcançar os céus: o Monte Purgatório.
O Purgatório seria essa mesma montanha composta por círculos ascendentes (as cornijas), reservados àqueles que se arrependeram em vida pelos seus pecados e que se encontram em penitência.
No Purgatório as almas assistem à punição das outras almas que por terem pecado mais "intensamente" foram para o Inferno.
A Criação de Adão por Michaelangelo - Capela Sistina
Imagem aleteia.org
Renascença Italiana.
Foi assim que ficou conhecida a fase de abertura do Renascimento (ou Renascença), um período de grandes mudanças e conquistas culturais que ocorreram na Europa, entre o século XIV e o século XVI. Este período marca a transição entre a Idade Média e a Idade Moderna.
A referência inicial é a região da Toscana, centrado nas cidades de Florença e Siena. Espalhou-se depois para o sul, tendo um impacto muito significativo sobre Roma, que foi praticamente reconstruída, na sua maior parte, sob a tutela dos Sumo Pontífices da Igreja Católica Romana que ocuparam a Cátedra de São Pedro durante esse período, especialmente Sisto IV.
Foi um momento de grandes realizações culturais, do aparecimento de nomes como: Petrarca, Baldassare Castiglione e Maquiavel na literatura; Leonardo da Vinci, Botticelli, Michelangelo, Rafael Sanzio e toda uma panóplia de grandes mestres nas artes plásticas.
Um período de grandes realizações arquitetónicas: do domo da igreja de Santa Maria del Fiore, de Filippo Brunelleschi em Florença e a Basílica de São Pedro em Roma.