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Livrologia

Livrologia

27
Nov17

A leitura é sempre um acto pessoal, individual e instransmissível

coffee.jpgQuando a vida nos atira impiedosamente para a verdade que jaz no chão, nos pontapeia o âmago e nos despe da inutilidade do pensamento que outrora achara útil, entramos em êxtase sofrido, em contentamento descontente camoniano.

Esvaziadas as palavras, um dilúvio de emoção naufraga toda a razão que permanecera à superfície.

Fecha-se a contracapa sobre a solidão, o único recanto onde a verdade reina.

Porque a leitura é sempre um acto pessoal, individual e instransmissível, um livro lido terá a Humanidade inteira nas margens das suas páginas, confiando que a sua travessia a leve aonde quer chegar.

27
Nov17

Sapos do Ano 2017

É com uma reverência de princesa que agradeço à Magda Pais do StoneArt Portugal o email, qual missiva real, de que fui nomeada para os Sapos do Ano 2017.

Fiquei incrédula!

Nem sabia que aqui vinham a este canto deleitar-se com a paixão livresca que me assola os dias!

Se é pelos meus livros, tudo vale a pena.

Obrigada a quem me nomeou e à Magda pela iniciativa gira.

26
Nov17

Lendo os sonhos de que é autor

Acaso os poetas lacrimejantes

liam já às suas damas amantes

as próprias obras? Sim, e ouvi dizer:

maior recompensa não pode haver.

Ditoso é o amante modesto

lendo os sonhos de que é autor

ao objecto do seu canto e seu amor,

à bela posta em lânguido gesto!

Aleksandr Pushkin-Eugénio Onéguin

Quarto Capítulo

26
Nov17

O amor de si próprio é o bom desígnio

Quem amar então? Confiar em quem?

Afinal quem não nos atraiçoa?

Quem nos julga actos e falas sem

desfavorecer a nossa pessoa?

Quem não diz mal de nós nem calunia,

mas nos cuida com zelo e cortesia?

P'ra quem nossos vícios são coisa pouca?

De quem não nos iremos fartar nunca?

Não busque esse fantasma inutilmente,

não perca tempo nesse esforço vão:

ame a si mesmo de alma e coração,

meu estimado leitor e confidente!

O amor de si próprio é o bom desígnio:

não achará ninguém mais querido e digno.

Aleksandr Pushkin-Eugénio Onéguin

Quarto Capítulo

05
Nov17

Não é verdade que há muito te ouvia?

Não, a ninguém mais daria

o coração! É assim que a lei dura

do juízo supremo providencia;

e por vontade dos Céus: sou tua;

toda a minha vida foi a promessa

deste encontro fatal contigo;

Deus mandou-te a mim, com certeza o digo,

para me guardares até que a morte venha...

Já aparecias nos meus sonhos,

já me atormentavam os teus olhos,

já a tua voz era a secreta senha

para entrares na minha alma à espera,

sem nunca te ver já me eras querido.

Não, não era um sonho, era deveras!

Mas entraste pela porta reconheci-te

E, aturdida, com arrepios na pele,

febril, disse para mim: é ele!

Não é verdade que há muito te ouvia?

Que em silêncio me falavas à alma

quando ajudava os pobres, ou rezava

para mitigar a emoção aflita?

E naquela mesma ocasião

não serias tu, querida aparição,

o clarão fazendo do escuro dia,

caindo sobre a minha cabeceira?

Não eras tu, amor, à minha beira,

a dar-me a esperança sussurrada?

Quem és - o meu anjo-da-guarda

ou pérfido demónio tentador?

Resolve a minha inquieta incerteza.

Ou será nada? Só visão aparente

na alma inexperiente e sem defesa

e o destino seja muito diferente...

Não sei! Mas aos teus pés aqui deponho

a partir desta hora o meu destino,

em lágrimas à tua frente; e sonho

com a tua protecção, suplico...

Imagina-me: estou tão sozinha,

Ninguém aqui me compreende,

a mente esgotada como que definha

e vivo calada - é a morte lenta.

Espero-te: com um único olhar

ressuscita-me a esperança esvaída

ou, com censura, ai de mim!, merecida,

mata-me o sonho que ando a sonhar!

Aleksandr Pushkin-Eugénio Onéguin

Terceiro Capítulo

A Carta de Tatiana a Onéguin

Pág. 1/2

Quanto mais leio menos sei
Tudo o que escrevi para o Desafio de Escrita dos Pássaros está aqui!
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