A arte de seduzir
Quando a mulher possui a arte de seduzir, abusa dela e adquire um terrível ascendente.
Lev Tolstoi - A Sonata a Kreutzer
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Quando a mulher possui a arte de seduzir, abusa dela e adquire um terrível ascendente.
Lev Tolstoi - A Sonata a Kreutzer
É estranha a ilusão de que a beleza é o único bem total!
Se uma mulher bonita diz coisas estúpidas, escutamo-la e, longe de a acharmos estúpida, consideramo-la um espírito brilhante. Ela não faz nem diz senão disparates, mas nós achamo-la encantadora. E, quando não diz nem faz senão parvoíces, desde que seja bonita, persuadimo-nos de que ela é estupendamente inteligente e de uma estranha moralidade.
Voltei para casa convencido de que encontrara a perfeição. Profundamente emocionado, decidi que seria esta, a minha mulher.
No dia seguinte pedia-a em casamento.
Lev Tolstoi - A Sonata a Kreutzer
- Todas as tolices vêm da instrução - disse o velho em tom categórico.
Lev Tolstoi - A Sonata a Kreutzer
Imagem www.pinterest.pt
Tolstoi casou-se com Sophia Andreevna Behrs, filha de um médico da corte. O amor por Sophia foi marcado por um misto de intensidade sexual abismal com uma gelada insensibilidade emocional. Apesar da polaridade desta estranha dualidade, o casamento com Sophia proporcionou-lhe a liberdade e a estrutura familiar que necessitava para escrever obras como Guerra e Paz e Anna Karenina. Sophia assumiu o papel de secretária pessoal, editora e gestora financeira.
O casamento foi-se deteriorando à medida que o estilo de vida e as crenças de Tolstoi se tornavam cada vez mais radicais, o que o levou a rejeitar a sua herança, bem como os direitos autorais de todas as suas obras.
Tiveram 13 filhos, oito dos quais sobreviveram à vida adulta.
A família Tolstoi deixou a Rússia depois da Revolução Russa de 1905 e os seus descendentes vivem actualmente espalhados pela Suécia, Alemanha, Reino Unido, França e Estados Unidos.
Adaptação livre de pt.wikipedia.org
Fumo é tão queirosiano.
Creio poder utilizar este adjectivo tão português para com Turgueniev, não o desmerecendo, pelo contrário, mas trazendo para mais perto este sarcasmo social refinado.
Naturalmente, um livro destes não podia deixar de provocar controvérsia. A ironia e sarcasmo com que ataca praticamente todos os sectores da sociedade russa, com que desmascara o oportunismo dos intelectuais, tudo isso levou a crítica a lançar-se sobre este romance com uma violência feroz, acusando-o de tudo: de deficiências técnicas, de lapsos morais, de falta de patriotismo.
(...)
Com todas as suas fraquezas e virtudes, Fumo faz parte do grupo de sete livros de Turgueniev que a crítica justificadamente tem considerado um corpo de criação notável e um dos pontos mais altos da arte da ficção.
in Introdução por Manuel Seabra in Fumo de Ivan Turgueniev, Editorial Futura
Imagem en.wikisource.org
A vida de Ivan Turgueniev é um fio brilhante na tapeçaria da história russa do século XIX, especialmente na época dourada que a Rússia viveu a nível artístico e intelectual.
Turgueniev conheceu, relacionou-se ou lutou com quase todas as figuras que tiveram proeminência e impacto na sua terra natal.
Foi também o primeiro autor russo a manter uma reputação europeia, e durante os seus longos anos no estrangeiro, foi amigo de Gustave Flaubert, Henry James, Émile Zola, Guy de Maupassant e muitos outros escritores.
O grande entusiasmo de Turgueniev pelo trabalho de outros escritores tornaram-no no mediador perfeito entre o Oriente e o Ocidente.
Tradução livre do inglês de www.encyclopedia.com
"Fumo, fumo", repetiu ele algumas vezes: e, de súbito, pareceu-lhe que tudo era fumo, tudo, a sua própria vida, a vida russa - tudo o que era dos homens, e especialmente tudo o que era russo. "Tudo fumo e vapor", pensou, "tudo parece mudar continuamente, em toda a parte novas formas, acontecimentos, mas no fundo é tudo o mesmo; tudo corre, tudo se apressa para qualquer parte - e tudo desaparece sem um rasto, nada atingindo; o vento muda - e tudo se lança na direcção oposta, e de novo começa o mesmo jogo incessante (...)"
Ivan Turgueniev-Fumo
As suas próprias intenções lhe pareciam estranhas; havia nelas algo artificial e irreal. Não se deve martelar demasiado tempo nos mesmos pensamentos, pois estes começam a afastar-se pouco a pouco como bocados de vidro num caleidoscópio... olhamos e as imagens à nossa frente são totalmente diferentes.
Ivan Turgueniev-Fumo
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