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Livrologia

Livrologia

31
Jan20

Desafio de escrita dos pássaros #2.1

Deus e o Homem não se entendiam

Dos dois o mais divino seria quem?

Entre eles sete desafios decidiram

Será que a coisa iria correr bem?

 

Haja luz e a luz assim surgia,

Da escuridão Deus fez noite e da luz fez dia.

O Homem com luz a noite matou

E com uma lâmpada o dia eterno criou.

 

Deus decide criar o céu por cima da terra

E o ciclo da água que ela encerra.

O Homem, torneiras, barragens, metereologia,

Até água engarrafada a trinta cêntimos havia.

 

Deus arreliado cria a terra seca e os mares,

Continentes, ilhas, vegetação, ananazes.

O Homem, óculos de sol, calções, praias,

Bolas de Berlim, biquinis e mini-saias.

 

Deus irritado inventa os corpos celestes.

No céu estrelas, a lua, o sol nos oestes.

O Homem constrói satélites e um foguetão

E na lua um astronauta cai num tropeção.

 

Deus cria os animais das águas e do céu.

Cardumes de peixes, aves em escarcéu.

Barcos, pranchas, surfistas a comer croissants.

Um avião? Oh não! O super-homem em collants.

 

Deus à beira do colapso perde a Razão

E do homem cria a mulher num arroubo de paixão.

O Homem embevecido, perdido num sorriso.

E com uma maçã apenas, se perde o Paraíso.

 

Deus finalmente descansa ao sétimo dia

E ri-se à gargalhada com a sua ironia:

"Shhhhh! Não contem a ninguém,

Mas acho que a coisa não vai correr bem"

29
Jan20

Sophia de Mello Breyner Andresen | Esta peça em três estranhos e diferentes actos

O_Colar-6f_AP.jpg

Cena da peça de teatro O Colar @ Teatro da Cornucópia

Quando, em homenagem à Sophia, preparávamos o espectáculo Austeros Sinais, um dia, disse-nos ela que estava a escrever uma peça de teatro: O Colar. E deu-nos a ler o primeiro acto.

Perguntava se gostávamos. Pedimos-lhe que acabasse porque a queríamos representar. Foi aí que surgiu a ideia deste espectáculo.

Daí para a frente todos os anos programámos O Colar. Esperámos o tempo que a Sophia quis para acabar a peça.

Houve várias versões do segundo acto. Finalmente chegou esta peça em três estranhos e diferentes actos. Que com grande alegria levámos à cena.

E com o temor de quem lhe parece ter entre mãos uma coisa muito frágil e muito preciosa.

Muito desejada e muito amada.

in Prefácio de Luis Miguel Cintra

28
Jan20

Sophia de Mello Breyner Andresen | Vila D' Arcos

Neste último conto das Histórias da Terra e do Mar há uma pequena povoação do nordeste transmontano, onde o tempo parece ter parado, onde tudo permanece imutável, onde o tempo se perdeu.

Vila D' Arcos está mergulhada nesta irrealidade perfeita de isolamento silencioso, o Paraíso de uma terra pequena, cujos limites serão sempre as grades da sua pequenez agrilhoada.

28
Jan20

Sophia e o teatro

Untitled.png

Sophia escreveu apenas cinco peças de teatro, mas poderia ter escrito muitas mais.

Quer os seus poemas, quer os seus contos têm uma forte componente visual e de movimento que nos levam a participar cinematograficamente nos seus imaginários. Arriscaria dizer que a escrita de Sophia é um animatógrafo de palavras, de olhares, de sentidos.

Bastasse o seu querer e poderia ter escrito mais teatro, ainda assim a sua ligação ao teatro foi muito mais abrangente não só com textos e intervenções criativas e/ou críticas teatrais, mas também com a sua Recriação Poética da Tragédia de Eurípides revelando uma vez mais o seu amor pela Grécia.

27
Jan20

Estou em pleno sofrimento com o Desafio dos Pássaros

Resultado de imagem para funny bird gif"

@ giphy.com

Estou aflita, sem ar, com palpitações.

Procuro inspiração nos locais mais inóspitos. Agarro-me ao meu cacto, olho para ele, à espera que a inspiração salte dali qual cowboy do faroeste.

Nada.

Já fui ler o Correio da Manhã.

Nada.

Já fui ler as perguntas divertidas do juiz Carlos Alexandre a António Costa sobre Tancos.

Nada.

Não sei o que raio vou escrever... 

Pág. 1/8

Quanto mais leio menos sei
Tudo o que escrevi para o Desafio de Escrita dos Pássaros está aqui!
Já começou a viagem pelo mundo da Gata Borralheira.
Cinema e literatura num só.
Venham também!
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Notícias literárias ou assim-assim em Operação Bookini
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A autora deste blog não adopta o novo Acordo Ortográfico.

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