A escrita de Cecília tem muito de filosófico, mesmo na simplicidade do que escreve. Não creio que tenha sido planeado. A filosofia que espreita na curva de cada palavra veio das curvas e contracurvas que a vida a fez percorrer, perdendo tanto, mas achando-se no infinito, na natureza, no tempo, no amor, nas nuvens.
Imagino que tenha sido o seu constante questionamento que a tenha mantido viva como ser humano, como poeta, como escritora e a ausência de respostas transformou-se na essência da sua escrita.
Neste post o café não tem livros a adoçá-lo, mas cinco candidatos.
A lista inicial de 200 autores candidatos ao Prémio Nobel da Literatura foi reduzida a 5 candidatos e os 18 académicos encarregados da escolha devem estar, neste momento, a planear as suas leituras de Verão em torno da obra destes cinco autores finalistas, para que em Setembro possam unir-se e tomar a decisão final.
Apesar de todas as especulações, num Prémio Nobel tudo pode acontecer, mas os rumores contam em segredo que o prémio deste ano poderá ser atribuído a um escritor nascido em África e já há apostas em cima da mesa: Ngugi wa Thiong’o , Nuruddin Farah ou Chimamanda Ngozi Adichie.
Os gatos sobem o muro: veludo frouxo, pluma, elástico. Um raio de sol queima-lhes os bigodes de vidro. Piscam de olhos ofuscados, arreganham a boca num miado untuoso. Às vezes, levantam a pata hesitante para uma borboleta que se inclina. Depois, saltam cautelosos, sem se magoarem nas pedras, sem amassarem as flores, e reclinam-se numa sombra, e sonham com o tempo em que eram tigres.
Um beijo na ponta dos dedos selava a boca sobre as palavras santas. O mesmo beijo que ela depunha no pão que lhe caísse aos pés, apanhando-o pressurosa, e explicando, como ofendida: "É a face de Deus!"
Geralmente não recomendo livros, preferindo que as leituras que faço falem por si e encontrem um leitor que se identifique com elas. Mas neste dia especial, que é o Dia da Criança, abri uma excepção para sugerir uma história absolutamente deliciosa do Henrique que adorava livros, mas de uma forma diferente: comia-os.
E quanto mais livros comia, mais esperto ficava. Tantos comeu que deixou uma dentada, mesmo a sério, na contracapa.