Kanye está a preparar a sua candidatura à presidência dos Estados Unidos e o slogan da campanha é “Yes!” (Sim!).
A candidata a vice-Presidente é Michelle Tidball, que se descreve como uma ‘life coach’ bíblica.
O nome da sua formação política, o Birthday Party (Partido do Aniversário), foi escolhido porque caso vença as presidenciais diz que vai ser um “aniversário de todo o mundo”.
“Deus deu-me clareza e disse-me que este é o momento”, explicou quando questionado sobre a razão de ter apresentado a sua candidatura para estas eleições de 2020.
Também disse que planeia basear a gestão dos Estados Unidos na estrutura de Wakanda, um país fictício localizado na África Subsaariana que aparece na banda desenhada Marvel e que é nos quadradinhos a nação mais desenvolvida e tecnologicamente avançada do planeta.
Tal como Trump, tem todos os requisitos para ser um sucesso: o delírio, a alucinação, o twitter e a Kim Kardashian como primeira-dama.
O mundo esteve em alta neste mês de Julho, mas antes de comentar as reviravoltas coloridas do mundo, quero aqui deixar um agradecimento muito especial aos hackers que atacaram o portal das matrículas. Isso sim, um verdadeiro serviço público a todos os pais e mães deste país.
☼ O FCP foi campeão e começo logo por esta notícia tão azul, para informar que a minha mãe - uma senhora respeitável de 72 anos, que usa laca em excesso no cabelo, o que lhe permite ir de janela aberta enquanto conduz a toda a velocidade, a 40 quilómetros por hora, sem que um fio de cabelo saia do lugar, fanática por futebol - foi gritar para a janela de casa "POOOORTOOOO CAMPEÃO!", não uma, mas várias vezes. Parabéns ao FCP.
☼ Jair Bolsonaro, o ditador em negação, já não está infectado com Covid-19, um problema menor, considerando outro maior que é a absoluta ausência de actividade cerebral, resultado do seu vício em laxantes mentais que lhe provocam verborreia contínua.
☼ Os gritos estão proibidos em parques de diversão japoneses. As autoridades japonesas pediram a todos os visitantes dos parques de diversão para que evitassem gritar nas montanhas-russas de modo a evitar a transmissão do novo coronavírus e pedem a todos "gritem para dentro".
Depois da apoteose da minha exposição, em que a arte me elevou à grandiosidade, a fome derrubou-me para o abismo da pobreza.
A melancolia pinta-me com outras cores.
Deambulo pelas ruas de Paris.
A cidade está azul.
O mundo está azul.
Eu estou azul.
Pela rua encontro outros iguais que pintam a vida com farrapos, pinceladas humanas de vidas miseráveis de lábios azuis, de olhos azuis, de almas azuis.
No azul o frio toca todas as sensibilidades, deixando-as sem sentir.
Um dia visitei a prisão das mulheres de Saint-Lazare e o que vi deixou-me de joelhos, prostrado aos pés da humildade: a miséria, a velhice, a cegueira, a loucura.
Não me recordo bem do dia em que a fome decidiu pintar por mim, mas sei que ela é um fantasma, quase invisível que deixa um travo de vazio na boca.
Os primeiros traços não me deixaram ver quem estava a surgir na tela, mas uns dias depois uma mulher alta de vestes longas apareceu, encurvada pelo peso da sua miséria, da sua tristeza, numa vénia de olhos fechados.
A criança é a minha esperança que ainda não se apagou, por isso é mais pequena. O desalento dos ombros encurvados é tão alto que a esperança tem de estar em bicos de pés para a tentar alcançar.
Não sei bem quem é que está a receber a sopa, se a mulher, se a criança, mas creio que não é importante sabê-lo. A fome é um mistério que o mundo terá de decifrar.
Picasso a escrever na primeira pessoa, comentando o seu próprio quadro, texto ficcionado da minha autoria