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Livrologia

Livrologia

28
Fev21

O demónio anda a assombrar as minhas leituras

Antigas e Novas Andanças do Demónio - Livro - WO

Comecei a ler os primeiros dois volumes de contos de Jorge de Sena. A edição que estou a ler reúne dois livros num só: Andanças do Demónio (1960) e  Novas Andanças do Demónio (1966).

O demónio está presente em todos eles e se não está, adivinha-se. Nas suas andanças, que podem coincidir com as nossas, nunca sabemos quando vamos encontrá-lo.

Não é difícil reconhecê-lo: não é bom, nem é mau. Aliás, é como qualquer humano e confunde-se com ele na sua desumanidade.

Um demónio caminha incansavelmente pelo mundo,  só para saber o que está a acontecer e para provocar uma alma ou outra. Com as suas andanças vive da inconstância e muda de lugar sem lógica ou sentido, só pelo prazer de uma batalha que não quer ganhar.

Tal como Sena disse sobre estes contos:

Uma das melhores maneiras de soltar o diabo às canelas dos bem-pensantes de todas as cores e feitios é falar nele, com ares de ironia, como se não existisse.

27
Fev21

Com um punhado de versos de Pushkin

CONVERSATORIO_RUSSIA.png

Sabem aquela linha ténue, quase proibida, de que vos falei?

Atravessei-a com coragem e sem medo. Sem medo e sem culpa, com um punhado de versos de Pushkin.

Querendo descobrir o que se esconde por detrás das palavras que escreve, de onde vêm elas, como as escreve, roubei o direito proibido de extrapolar os versos do poeta para o seu dia-a-dia de escrita.

Se nestes versos Pushkin não escreve sobre o seu processo de escrita, quero fingir que sim:

And I forget the world, in blissful peace

I am sweetly lulled by my imagination,

and poetry awakens in me then;

my soul, hard pressed by lyric agitation,

trembles, resounds and seeks as if in sleep

to surface finally in free expression - 

and I receive a host of guests unseen,

old-time acquaintances, fruits of my dreams,

and in my head thoughts spring into existence,

and rhymes dance out to meet them, and the hand

stretches towards the pen, the pen to paper,

and unimpeded verse comes pouring out.

So a ship, motionless in motionless water,

lies dreaming, then suddenly the sailors, the vessel

moves slowly out, bow cutting through billows,

and sails away. Where shall we sail to...?

26
Fev21

Exegi Monumentum

I have built, though not in stone, a monument to myself;

the pathe that leads to it will not be overgrown;

indomitably, the summit of my monument rises

higher than Alexandre's Column.

 

Not all of me shall die - for in my sacred lyre

my soul shall outlive my dust, it shall escape decay - 

in the sublunary world my fame shall be un rending

as long as a single poet holds sway.

 

And word of me shall spread through all the Russian lands,

my name shall be pronounced in all its living tongues,

by proud Slav race and Finn, by Kalmyk on the steppe,

and by the far-flung tribe of Tungus.

 

Long will there be a place for me in people's hearts,

because in my harsh age I sang of Liberty,

because my lyre awoke warm-hearted sentiments

and asked, for the fallen, Charity.

Excerpt from Exegi Monumentum

Alexander Pushkin

Robert Chandler (1837)

in Chapter III - Alexander Pushkin (1799-1837)

The Penguin Book of Russian Poetry - edited by Robert Chandler,

Boris Dralyuk and Irina Mashinsk

26
Fev21

Aleksandr Pushkin | O Negro de Pedro o Grande

Apesar de inacabada esta história tem um valor incalculável, não só pelo retrato histórico da sociedade russa, mas também pelo seu carácter biográfico.

Belinsky, um dos mais influentes críticos literários, comentou que:

Se este romance tivesse sido concluído, teríamos um romance histórico supremo, retratando as maneiras e os costumes da maior época da história russa.
25
Fev21

Inacabada por motivos desconhecidos

CONVERSATORIO_RUSSIA.pngJá tinha referido anteriormente que Peter the Great's Negro é a história baseada na vida do trisavô de Pushkin.

Pedro I é a personagem principal e todas as personagens da história giram em torno dele e dos últimos dias do seu reinado.

Reza a história real que Pedro, o Grande, estaria em Londres, na corte inglesa, em negociações diplomáticas quando se encantou por um menino africano que vivia no palácio de Jaime II que insistiu em adoptar. Mas há muitas outras versões de como o czar acabou por apadrinhar um menino negro.

Seja qual for a verdadeira história, Pushkin escreveu-a com um colorido histórico excepcional, descrevendo ao pormenor a sociedade russa, levando-nos numa viagem no tempo.

Infelizmente permaneceu inacabada por motivos desconhecidos, o que tem gerado muitas teorias controversas. Uma delas é que Pushkin terá parado de escrever, porque não queria descrever os tempos em que o seu antepassado caíra em desgraça, depois da morte do czar.

Segundo um amigo de Pushkin - A. Wulf - a narrativa já estaria planeada:

A infidelidade sexual da esposa do mouro, que dá à luz uma criança branca e é punida, sendo banida para um convento.

Pág. 1/7

Quanto mais leio menos sei
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