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Livrologia

Livrologia

31
Jan22

O poeta que nasceu português e morreu brasileiro em solo norte-americano

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Sena sempre teve uma postura humanista e um espírito de inconformismo que nunca o abandonaram. Em 1959 após se ter envolvido numa tentativa falhada de um golpe de estado militar contra o regime salazarista, optou por se exilar-se voluntariamente no Brasil. 

Abandona Portugal de coração partido e alma destroçada. Apesar de abominar a mesquinhez do círculo intelectual português, Sena sempre amou profundamente Portugal como a sua pátria, a sua raíz, a sua língua.

Nunca mais seria o mesmo. O exílio teve nele um impacto profundo.

Porém, o exílio no Brasil não seria o último. 

A degradação da situação política no Brasil com a instituição da ditadura militar levam Jorge de Sena a aceitar um convite da Universidade de Wisconsin para leccionar. Parte para os Estados Unidos em 1965.

Mais tarde viria a transferir-se para a Universidade da Califórnia, em Santa Bárbara onde viria a permanecer até ao fim dos seus dias.

Apesar da satisfação de ensinar e da amizade que os alunos lhe dedicavam, Sena não foi feliz. Queixava-se da "medonha solidão intelectual da América" onde não havia "convívio intelectual algum" e da esterilidade e espírito burguês do meio académico, que não se interessava pela sua obra.

30
Jan22

Reclusa a vida em poesia

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Reclusa a vida em poesia, não para tirá-la da Vida, mas para encerrá-la dentro do mundo da transfiguração poética, o único capaz de abarcar inteiramente tudo, compreendendo tudo, fitando tudo, aceitando tudo, menos aquilo que diminua a liberdade da criação, que o mesmo é dizer a liberdade do ser humano, recluso em poesia, para não poder fugir de maneira alguma para os campos da maldade e da infâmia, da mesquinhez e da vileza, aonde tem andado à solta neste mundo que perdeu o sentido do que necessita ganhar de novo.

Jorge de Sena

Santa Bárbara, Julho de 1977

in Prefácio

Poesia III de Jorge de Sena

28
Jan22

É com gente dessa que os impérios se fazem

Pergunto-me a mim mesmo como foi possível:

ou os impérios gastam o seu povo até que ele seja

uma raça agachada, mesquinha e traiçoeira,

ou é com gente dessa que os impérios se fazem,

já que nada glorioso se constrói humanamente

sem 10% de heróis e 90% de assassinos.

Excerto do poema Borras de Império

Exorcismos (1972)

in Poesia III de Jorge de Sena

Pág. 1/7

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