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Livrologia

Livrologia

31
Mai22

E consciência de que aprendera da vida

(...) e atravessavam para a entrada onde a sentinela, com a superioridade do soldado «pronto», se seguia numa displicência de olhar, em que havia desprezo, piedade, desejo de repetida transmissão das humilhações que em recruta sofrera, e consciência de que aprendera da vida, naqueles seus tempos de cidade, muito mais que nem todos os da cidade sabiam.

Excerto do conto O «Bom Pastor»

in Os Grão-Capitães (1976)

de Jorge de Sena

30
Mai22

Uma espécie de indiferença desprezível pelo mundo

21962060_NYu4a.pngO mundo em que vivemos tende naturalmente para a degradação e a vileza, e não pode, sem elas, ser descrito, sob pena de pactuarmos, traindo a vida e a arte, com os «bem-pensantes», promotores de todas as tiranias.

Jorge de Sena

 

Das páginas d'Os Grão-Capitães liberta-se uma nuvem de desprezo, quer das personagens perante as condições humanas em que vivem mergulhados, quer pelo autor como observador participativo das circunstâncias que observa e/ou vive. É peculiar como a miséria destas páginas, ao impregnar-se na aura de quem a vive, se vai transformando numa espécie de indiferença desprezível pelo mundo.

29
Mai22

A parada do quartel do Bom Pastor

A parada do quartel do Bom Pastor, tal como a entrada, era um tumulto de pequenos grupos atarantados, que iam chegando, se desfaziam, se formavam, e de entre os quais vultos trocavam apelos de reconhecimento, ou, numa alegria nervosa e expectante, insultos e piadas grosseiras que gestos obscenos sublinhavam.

 

Excerto do conto O «Bom Pastor»

in Os Grão-Capitães (1976)

de Jorge de Sena

28
Mai22

Imbuída pelo meu desejo de ler mais filosofia

1009738-Nicolas_de_Cusa.jpg

Já aqui tinha comentado que o meu interesse pela filosofia tem aumentado nestes últimos anos, especialmente pelo estoicismo, a que mais tem influenciado a minha perspectiva humana do mundo.

Não só imbuída pelo meu desejo de ler mais filosofia, mas também pela curiosidade em descobrir porque Sena era tão fascinado por Nicolau de Cusa e o tornou no seu mestre de pensar, não resisti e comecei a ler A Douta Ignorância.

Mas esta admiração determinará, espero, o olhar do teu ânimo sempre ávido de saber, não tanto pelo facto de julgares aqui inserido algo de desconhecido antes, mas mais pela audácia com que sou levado a tratar da douta ignorância.

in A Douta Ignorância de Nicolau de Cusa

(Tradução, introdução e notas de João Maria André)

Deixo o link do livro para quem se atrever a ler.

28
Mai22

A força dos do números

Assim, toda a investigação consiste numa proporção comparativa fácil ou difícil. É por isso que o infinito como infinito, porque escapa a qualquer proporção, é desconhecido.

A proporção, exprimindo simultaneamente acordo por um lado e alteridade por outro, não pode ser entendida sem o número.

O número inclui, pois, todas as coisas susceptíveis de proporção. Portanto, o número não está apenas no âmbito da quantidade, ele que cria proporção, mas em rodas as coisas que, de qualquer modo, possam concordar ou diferir em substância ou em acidente. Talvez por isso, Pitágoras considerava que todas as coisas eram constituídas e entendidas pela força dos do números.

 

in A Douta Ignorância de Nicolau de Cusa

(Tradução, introdução e notas de João Maria André)

Pág. 1/8

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