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Livrologia

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08
Mar23

É um vício trágico no mundo actual

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Somos uma sociedade de tradição senhorial e aristocrática, onde, realmente, o trabalho nunca foi considerado uma dignidade.

Como se dizia antes, o trabalho é para o preto... Os outros são quem manda: por definição, não trabalham! Porque mandar não corresponde a trabalhar. O trabalho é outra coisa. O trabalho é para os que obedecem. Os que mandam são os que não trabalham.

Ora, esta mentalidade senhorial, que tem os seus aspectos paternalistas e de aproximação humana muito curiosos, tem também, e sobretudo, altos inconvenientes, visto que contribui para essa separação que automaticamente se dá entre as camadas que se julgam superiores e as outras, que aquelas, é evidente, julgam inferiores.

E isso é um vício trágico no mundo actual, é um vício que se torna extremamente agudo e é o que nós podemos dizer um vício extremamente caro!

 

Excerto da entrevista Vida Mundial, Lisboa, 25 de Agosto de 1972 por João Carreira Bom

in Entrevistas 1958-1978, edição de Mécia de Sena e Jorge Fazenda Lourenço

08
Mar23

A alma, desligada das coisas sensíveis, não ouviria com o ouvido do intelecto a própria harmonia sumamente concordante sem um arrebatamento.

Também na música, por essa regra, não há precisão.

Pois nenhuma coisa concorda com outra nem em peso, nem em comprimento, nem em espessura.

E não é possível encontrar proporções harmónicas com tal precisão entre os diversos sons das flautas, dos sinos, dos homens e dos restantes instrumentos que não seja possível dar uma proporção mais precisa.

Também nos diversos instrumentos não há o mesmo grau de proporção da verdade tal como acontece nos diferentes homens, mas em rodos é necessária a diversidade de acordo com o lugar, o tempo, a complexão e outras coisas.

Assim, a proporção precisa vê-se apenas na sua razão e não podemos experimentar sem defeito a dulcíssima harmonia nas coisas sensíveis, porque ela não reside aí.

Ascende por aqui ao conhecimento de como a harmonia máxima e com a maior precisão é a proporção na igualdade, que o homem vivo não pode ouvir na carne porque atrairia a si a razão da nossa alma, já que ela é toda a razão, tal como a luz infinita atrai roda a luz, e de um modo tal que a alma, desligada das coisas sensíveis, não ouviria com o ouvido do intelecto a própria harmonia sumamente concordante sem um arrebatamento. 

in A Douta Ignorância de Nicolau de Cusa

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