A realidade, mesmo fictícia, tem vontade própria
O enredo de His Family de Ernest Poole é provavelmente a sua maior fragilidade.
Rigidamente estagnado na declaração da esposa, à beira da morte, a personagem de Roger tem nas suas mãos a narrativa de um livro inteiro que, à primeira vista, parece caminhar para um clímax, quando, na realidade, fica muito aquém, apesar das várias tentativas falhadas ao longo das páginas.
And he remembered what Judith had said: "You will live on in our children's lives." And he began to get glimmerings of a new immortality, made up of generations, an endless succession of other lives extending into the future.
Toda a narrativa se foca no modo reflexivo como Roger observa as acções das restantes personagens e, como consequência, tudo abranda, tudo é lento, vago, difuso. Como se o pensamento dele quisesse moldar forçosamente a realidade que observa à sua mente, mas a realidade, mesmo fictícia, tem vontade própria, escapando por entre os dedos de Ernest Poole.