(...) quando sinto que estou para escrever um poema recuso-me a saber ou pensar sobre o que o poema vai ser, porque quero que o poema seja inteiramente livre de se desenvolver... de dentro e por si próprio sem que eu me intrometa.
Excerto da entrevista Jorge de Sena Reads His Poetry, Santa Barbara, 4 de Maio de 1978 por Frederick G. Williams
in Entrevistas 1958-1978, edição de Mécia de Sena e Jorge Fazenda Lourenço
Há uma incapacidade fundamental em Hollywood para arrancar qualquer coisa boa de caráter hispano-americano.
Lançam-se mãos de cactos, haciendas, colônias, lovely señoritas, masterful hidalgos, guapos caballeros, que ao se despedirem gritam-se, com uma originalidade de dar calafrios na espinha: Adiós, amigo! Dança-se o tempo todo, fandangos, rumbas, congas, sambas. Há sempre uma serenata de guitarra onde algum nostálgico muchacho canta uma paloma qualquer sob um fatídico balcon enluarado.
Tivesse o cinema a desgraça de ser além de falado, sensível ao olfato, e haveria cheiros de jasmim e de estrume fresco embriagando o ambiente.