Encontrei a melhor forma de conhecer Sena a sós, na sua intimidade
Com o seu imenso talento, com a agrura de solitário e a raiva de anjo desterrado no mundo, Sena foi muitas vezes injustiçado.
É certo que tinha ufanias quase cómicas e uma espécie de exigência de vassalagem que se prestavam à má-língua; o talento, sobretudo aquele que Sinais de Fogo demonstra, pedia contudo mais consideração.
Tivesse Sena sido o primeiro a respeitá-lo, e talvez o mundo fosse atrás dele. Jorge de Sena é dos poucos casos em que o Homem se rebaixa até à glória. E é pena, mesmo que à sua literatura só possamos acusar de ser demasiado boa.
Carlos Maria Bobone in Observador
Era atribuído a Sena o epíteto de arrogante, mas creio que tenha sido incompreendido pela sua recusa da mediocridade e busca pela excelência não só dele próprio, mas de todos os outros seres humanos. Poderia ter sido mais diplomático nas suas declarações e opiniões? Sim, mas deixaria de ser quem era, se o fizesse.
A leitura de Entrevistas 1958-1978 mostrou-me o verdadeiro Sena, aquele que desconfiava conhecer através dos livros, mas que sempre duvidei saber quem era. Com este livro tive a certeza de quem o autor era verdadeiramente e não encontrei melhor forma de o conhecer a sós, na sua intimidade.
De Jorge de Sena:
- já acabei de ler Entrevistas 1958-1978, edição de Mécia de Sena e Jorge Fazenda Lourenço
- continuo a ler Correspondência - Sophia de Mello Breyner e Jorge de Sena.
De Nicolau de Cusa:
- continuo a ler A Douta Ignorância
De Natália Nunes:
- acabei de ler Horas Vivas: memórias da minha infância
- comecei a ler Memórias da Escola Antiga
De Ernest Poole:
- continuo a ler His Family
De Miguel Delibes:
- continuo a ler La sombra del ciprés es alargada
De Annie Ernaux:
- continuo a ler Les Armoires Vides (Cleaned Out)
De Vinicius de Moraes:
- comecei a ler Cinema