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Livrologia

Livrologia

18
Mai23

Encontrei a melhor forma de conhecer Sena a sós, na sua intimidade

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Com o seu imenso talento, com a agrura de solitário e a raiva de anjo desterrado no mundo, Sena foi muitas vezes injustiçado.

É certo que tinha ufanias quase cómicas e uma espécie de exigência de vassalagem que se prestavam à má-língua; o talento, sobretudo aquele que Sinais de Fogo demonstra, pedia contudo mais consideração.

Tivesse Sena sido o primeiro a respeitá-lo, e talvez o mundo fosse atrás dele. Jorge de Sena é dos poucos casos em que o Homem se rebaixa até à glória. E é pena, mesmo que à sua literatura só possamos acusar de ser demasiado boa.

Carlos Maria Bobone in Observador

 

Era atribuído a Sena o epíteto de arrogante, mas creio que tenha sido incompreendido pela sua recusa da mediocridade e busca pela excelência não só dele próprio, mas de todos os outros seres humanos. Poderia ter sido mais diplomático nas suas declarações e opiniões? Sim, mas deixaria de ser quem  era, se o fizesse.

A leitura de  Entrevistas 1958-1978 mostrou-me o verdadeiro Sena, aquele que desconfiava conhecer através dos livros, mas que sempre duvidei saber quem era. Com este livro tive a certeza de quem o autor era verdadeiramente e não encontrei melhor forma de o conhecer a sós, na sua intimidade.

 

De Jorge de Sena:

  • já acabei de ler Entrevistas 1958-1978, edição de Mécia de Sena e Jorge Fazenda Lourenço
  • continuo a ler Correspondência - Sophia de Mello Breyner e Jorge de Sena.

 

De Nicolau de Cusa: 

  • continuo a ler A Douta Ignorância 

 

De Natália Nunes:

  • acabei de ler Horas Vivas: memórias da minha infância
  • comecei a ler Memórias da Escola Antiga

 

De Ernest Poole:

  • continuo a ler His Family

 

De Miguel Delibes:

  • continuo a ler La sombra del ciprés es alargada

 

De Annie Ernaux:

  • continuo a ler Les Armoires Vides (Cleaned Out)

 

De Vinicius de Moraes:

  • comecei a ler Cinema
18
Mai23

Continuavam os borrões, os bicos partidos do aparo

Momento delicioso, momento doloroso esse em que a nossa mão ansiosa e ambiciosa iria traçar letras legíveis sobre o papel, mas logo emperrava, desajeitada, desesperada na impotência da sua tacanhez e da resistência do aparo. Reaparecia a mão da professora a insistir, de novo a amparar, a encorajar. 

Continuavam os borrões, os bicos partidos do aparo, os arranhões e os furos na folha do papel.

in Memórias da Escola Antiga (1981) de Natália Nunes

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