O que tem His Family assim de tão especial para ser vencedor de um Pulitzer?
Até que ponto His Family mereceu ganhar o Pulitzer? Ou terá sido Ernest Poole premiado com o livro errado?
Estas são as questões que me atormentam à medida que me aproximo das últimas páginas do livro.
Apesar de Ernest Poole ter sido um escritor de sucesso na sua época, foi caindo completamente na obscuridade ao longo do tempo. E se algum leitor deste blog já ouviu falar dele - ponham o dedo no ar! - terá sido simplesmente por ser o primeiro escritor a ganhar um Pulitzer.
Ainda assim, vamos dar-lhe a benesse de poder ser remotamente recordado pelo seu The Harbor que se tornou num livro de culto e um dos mais elogiados da sua carreira como escritor.
Aliás, ainda hoje se comenta entre as hostes literárias que Ernest Poole ganhou o Pulitzer por The Harbor e não por His Family.
Então porque raio não ganhou The Harbor o prémio?
A resposta é simples: The Harbor foi publicado em 1915, um ano antes da existência do Pulitzer e acredita-se que, se tivesse sido publicado em 1916, ano da primeira atribuição do prémio, teria ganho.
Especulações à parte, o que tem His Family assim de tão especial para ser vencedor de um Pulitzer?
Quando foi publicado, a sociedade estava a atravessar mudanças drásticas depoletadas pela Revolução Industrial. Estruturas sociais consideradas tradicionais e imutáveis ruíram e Roger Gale, a personagem principal, personifica-as, um homem envelhecido à deriva, sem amarras, num mundo que não compreende mais.