A cosmologia de Nicolau de Cusa
Nicolau de Cusa tentou criar uma astronomia que reflectisse as conquistas teóricas da Douta Ignorância e, se observarmos os seus resultados de uma perspectiva da ciência moderna, não foram muito além, é um facto, mas ao interrogar-se sobre o problema do infinito e das suas implicações, ajudou a transformar a metafísica e a apontar os seus limites.
Ao colocar a matemática em foco Nicolau de Cusa revela as suas limitações, bem como a impossibilidade de se alcançarem resultados definitivos quando se trata com o absoluto e com a origem do universo.
Teve a ousadia de retirar conclusões dos seus princípios o que o levou, é certo, a teses ousadas sobre o universo e as suas formas, no entanto, com isso também mostrou que os limites da metafísica são os limites do conhecimento enquanto tal e, por isso, têm impacto em áreas como a cosmologia.
Ao mostrar que não podemos conhecer o absoluto, ele expõe a dificuldade de se pensar o universo partindo da sua origem. O mais próximo que conseguimos chegar é às raízes das coisas, sabendo que elas são uma forma contraída do todo, mas nunca conseguiremos chegar ao todo.
Nicolau de Cusa não quer que abandonemos a nossa busca pelo saber cosmológico, muito pelo contrário, ele indica-nos que nos podemos aproximar infinitamente do saber inalcançável da totalidade, e é exactamente isso que torna a exploração do universo e dos seus significados tão fascinante.