A Pedra Filosofal não é um poema sobre estarmos deitados a sonhar
“Devia pedir desculpa por ter escrito esse poema [Pedra Filosofal]”, confessou um dia à filha Cristina Carvalho. Porque afinal fora um poema “escrito a assobiar para o lado” e que “agora serve para tudo desde anúncios de prostitutas a publicidade a colchões”.
O poema, musicado por Manuel Freire, tornou-se uma balada pueril para saudosistas da revolução porque se for lido com atenção, afirma a filha do poeta em entrevista ao Observador, “vemos que ele fala daquilo que o homem construiu quando, saindo das imobilidade onírica, deitou mãos ao trabalho e fez acontecer.
A Pedra Filosofal não é um poema sobre estarmos deitados a sonhar. É antes sobre a urgência do fazer pois, é pelo fazer que se tece a grande epopeia humana de que fala o poema, desde a pedra em sobressalto até ao foguetão. É mais uma história de construtores do que de alquimistas”.
in Observador