Ser mulher era uma fatalidade
Em Autobiografia de uma Mulher Romântica Clotilde retrata, a partir das suas experiências pessoais não só o mundo, como também a sua realidade mais íntima.
Uma realidade secreta de rebeldia contra a submissão feminina, a invisibilidade e o silêncio.
Clotilde vive tempos em que a mulher não tem o mesmo valor que um homem, podendo habitar apenas um único lugar: a casa, cuidando dos filhos e do marido.
Financeiramente dependentes dos maridos, sem acesso ao mercado de trabalho e à educação, as mulheres jamais conseguiriam a sua independência. E, caso se rebelassem, seriam proscritas pela família e pela sociedade.
Só o pensamento escondido de quererem ser mais, de quererem secretamente quebrar as amarras, deixava-as num estado de culpa aprisionada por quererem a libertação da sua feminilidade.
Ser mulher era uma fatalidade.