Passeios literários: um roteiro a norte
Com os dias de férias de Verão já longínquos e a correria do dia-a-dia a todo o vapor, pequenas pausas impõem-se para descanso e, nada melhor do que fazer um passeio literário neste Outono.
A Norte que tal viajar até Vila Nova de Famalicão para redescobrir a perdição do amor de Camilo Castelo Branco na casa onde viveu de 1863 até ao dia da sua morte, em 1890.
Depois de um incêndio que a devastou, em 1915, a casa foi reconstruída e transformada num museu camiliano em 1922. Fotografias, manuscritos e obras completas são alguns dos materiais que poderemos encontrar.
Aproveitando a estadia em Vila Nova de Famalicão, podemos ainda conhecer melhor a obra de Mário Cesariny com uma visita à Fundação Cupertino Miranda a quem o autor confiou o seu espólio. O espaço conta ainda com uma coleção 40 fotografias, todas registadas em casa de Cesariny em 2003.
Viajando um pouco mais para sul para Baião, Santa Cruz do Douro, encontramos a Fundação Eça de Queiroz. A casa que a alberga chama-se Quinta da Vila Nova, mas será sempre mais conhecida pelo nome literário que Eça lhe deu: Casa de Tormes. Quando a encontrou, Eça achou-a "muito feia", mas acabou por se inspirar nela para criar a história de A Cidade e as Serras. Hoje, a casa contém a maior parte do espólio pessoal do autor e muitos dos objetos citados na sua obra.
Finalmente chegamos ao Porto onde podemos revisitar Camilo Castelo Branco na prisão onde esteve detido. Vale a pena uma vista à Antiga Cadeia e Tribunal da Relação do Porto (actual Centro Português de Fotografia). A visita ao edifício é grátis.
E não podemos sair do Porto enquanto não visitarmos o o Jardim Botânico da cidade. É aqui que se encontra a Casa Andresen, um palacete onde os avós de Sophia de Mello Breyner Andresen viveram durante mais de 30 anos e onde a autora passou grande parte da sua infância. Não admira, portanto, que tenha inspirado a sua obra (e a do seu primo Ruben A.). Depois de algumas mudanças, a casa alberga hoje a Galeria da Biodiversidade – Centro de Ciência Viva, um dos polos do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto. A visita ao Jardim Botânico é grátis.