Idade da Prata
A partir da Idade do Ouro, há a passagem para uma outra era, sempre em degradação progressiva: a Idade da Prata. Hesíodo diz que a prata é um metal inferior ao ouro, e aqui surge o que Hesíodo chama de hybris — palavra que aparece muito na mitologia grega e que significa falta de medida, não física, mas em violência moral, no orgulho, na prepotência, na vaidade.
O homem afasta-se da visão do todo e o ser espiritual é um ser que está ligado à totalidade. Quando, na Idade da Prata, perdemos um quarto da virtude, perdemos exatamente essa integração com o todo. Deste modo, o homem começa a perder o sentido do seu próximo, do outro, do que está ao seu lado. Há uma perda progressiva do sentido do outro e deixamos de reverenciar algo para além de nós mesmos.
Idade do Bronze
Passamos então para uma terceira idade, a do Bronze, onde a matriz é a guerra, a violência. Os homens já se inspiram no deus Ares, que tem o apelido de calcheu, isto é, aquele que é do bronze. Predomina o metal, as lanças, a guerra, a força bruta.
Idade dos Heróis
Estranhamente Hesíodo cria a Idade dos Heróis, que seriam de dois tipos: há os que só procuram a violência, a guerra, cheios de hybris, e para esses há o inferno, vão povoar o Hades. E há os heróis da justiça, o que leva Hesíodo a fazer a separação: os heróis da justiça são aqueles que vão fazer a guerra certa e, quando morrem, vão para a ilha dos bem-aventurados.
Idade do Ferro
E, finalmente a última idade, a do Ferro, que estamos a viver.
Hesíodo diz que, quando Prometeu rouba o fogo dos céus e o entrega aos humanos, rebela-se contra Zeus, que ordena que Hefesto crie uma mulher maravilhosa chamada Pandora, para que ela desça até os humanos e provocar a divisão entre o masculino e o feminino.