Para além da crítica cinematográfica, Vinicius de Moraes colaborou em diversos filmes ao longo da sua carreira, principalmente como guionista e compositor de bandas sonoras.
Em 1959, escreveu o guião do filme "Orfeu Negro", dirigido por Marcel Camus. O filme, uma adaptação da peça teatral "Orfeu da Conceição" de Vinicius de Moraes, tornou-se num clássico do cinema brasileiro e ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cannes em 1959.
Também escreveu o guião do filme "Bossa Nova", de 1960, dirigido por Joaquim Pedro de Andrade, e compôs a banda sonora de filmes como "O Auto da Compadecida" (2000), "Ganga Zumba" (1963) e "A Falecida" (1965).
Convenhamos que o fato se reveste de maior importância para os apaixonados do cinema. Welles é sangue novo, sangue produzido espontaneamente da revolta de um organismo que não se quis deixar morrer e voltou a se avitaminar em bons frutos, de sumo ácido. É preciso confiar em Welles. Tudo o que há de perigoso nesse homem, na sua arte, na sua violência, na sua crítica, no seu desmando, é necessário à cultura de um novo cinema que nasce.
O velho cinema, desvirtuado na sua técnica para infiltração do mercantilismo, que a colocou a serviço de um património estúpido de sentimentos burgueses, azedou, sem embargo da boa massa do fundo que hoje já não alimenta senão a saudade de alguns fãs mais tolerantes. Mas isso não satisfaz ninguém.