A ética do ghostwriting no filme The Wife de Björn Runge
O ghostwriter - escritor fantasma - é uma escolha cada vez mais frequente pelas clebridades quando decidem publicar as suas autobiografias.
Ghostwriting é a escrita de um determinado conteúdo para outras pessoas, que o publicarão como se fosse seu. É uma prática comum não só em autobiografias de celebridades, mas também em livros técnicos, guiões cinematográficos, artigos de revistas e muito mais.
O ghostwriter é um escritor profissional que é contratado para escrever em nome de outra pessoa. Geralmente, são escritores experientes em vários estilos e géneros de escrita e escrevem em estreita colaboração com os seus clientes de modo a compreender as suas ideias, os seus objectivos e os resultados que pretendem.
E quanto à ética? Até que ponto é desonesto e enganador apresentar um livro com o seu nome na capa e ter sido escrito por outra pessoa?
Tudo se resume a uma questão de transparência.
Se o objectivo é enganar propositadamente o público é claramente anti-ético, mas se o leitor é informado de que o livro foi escrito com a colaboração do ghostwriter, não me parece desonesto.
Nem todas as pessoas têm talento para a escrita e quem quiser, por exemplo, partilhar a história da sua vida, em estreita colaboração com um ghostwriter, poderá fazê-lo de uma forma íntegra e transparente.
No caso específico retratado no filme The Wife realizado por Björn Runge - que aconselho vivamente a verem - o ghostwriting é utilizado para enganar o público, o que levanta sérias questões éticas.