Com a consumação da paixão de Pasífae (a esposa de Minos) e o touro de Creta nasce um terrível monstro, o Minotauro.
Minos, preocupado com as consequências que o Minotauro poderia provocar ao seu povo e à sua cidade, resolve construir um labirinto na cidade de Cnossos, no subsolo do Palácio de Minos, criado pelo arquitecto e inventor Dédalo.
O labirinto com apenas uma entrada e concebido como uma série de caminhos entrecruzados, a maior parte dos quais levam a becos sem saída e uma passagem que leva a um destino que é o centro do labirinto, é uma representação do mundo do Além, guardado pelo Minotauro que era necessário dominar para atingir o final do percurso, um provável ritual de morte e renascimento.
Ora, quanto ao que se lê de mais honesto nas fábulas dos poetas, não há ninguém que não o cante, por maneira de dizer; mas certo Fênon, natural da cidade de Amatunte, recita-o de forma inteiramente diversa dos outros, dizendo que Teseu foi lançado por uma tormenta à ilha de Chipre, tendo então consigo Ariadne, que estava grávida e tão trabalhada pela agitação do mar que não mais pôde suportá-lo, de tal maneira que ele foi constrangido a pô-la em terra e depois reentrou no seu navio para cuidar de o defender contra a tormenta, mas foi novamente atirado longe da costa, em pleno mar, pela violência dos ventos.
As mulheres do país recolheram humanamente Ariadne e, para reconfortá-la (porque ela se desconfortou extraordinariamente, quando se viu assim abandonada), contrafizeram cartas, como se Teseu lhas tivesse escrito, e, quando ficou prestes a dar à luz o filho, tudo fizeram para socorrê-la: ela, todavia, morreu no sofrimento, sem jamais poder dar à luz, e foi inumada honrosamente pelas damas de Chipre.