O Paradoxo do Navio de Teseu e a identidade pessoal
Depois da morte do Minotauro, Teseu regressa a Atenas num navio e, ao longo da viagem, vai substituindo as peças várias vezes. Removiam as partes velhas que apodreciam e colocavam partes novas. A modificação e a identidade do navio tornaram-se num tema debatido desde os antigos filósofos gregos até hoje.
Se todas as peças de um navio forem substituídas ao longo das suas viagens, podemos considerar que o navio permanece o mesmo? Da mesma forma, o ser humano permanece o mesmo depois de passar pelas suas experiências de vida? Este é o conhecido Paradoxo do Navio de Teseu.
Heráclito formulou uma das frases mais conhecidas sobre este tema: O mesmo homem não se banha no mesmo rio, pois outras são as águas, e outro é o homem.
Thomas Hobbes tornou esta questão ainda mais complexa: Se todas as partes do navio original fossem substituídas, teríamos então dois navios de Teseu?
O Paradoxo do Navio de Teseu mostra como é difícil determinar quando algo se torna diferente. É uma reflexão sobre a relação entre a identidade e a mudança. Por exemplo: seríamos ainda a mesma pessoa se mudássemos o nosso nome, a aparência ou a personalidade?
O paradoxo do navio de Teseu é uma provocação sobre a natureza da nossa identidade. A identidade pessoal não é apenas uma realidade objectiva, mas também uma realidade subjectiva que se modifica constantemente e nos convida a pensar sobre o que nos define de facto.