A literatura representa a cultura e a tradição de uma língua ou de um povo e o seu conceito é difícil de definir com precisão, estando em constante evolução.
É uma forma de arte superior que é muito mais do que juntar palavras numa página.
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Esse nó na cabeça que sentimos perante determinadas questões, o estômago embrulhado perante narrativas que colocam em questão a natureza humana, o sentido da existência.
Questões dostoievskianas, kafkianas, camusianas e outras tantas que nos deixam à beira do abismo existencial, deixando-nos em pleno espanto perante o mundo.
Esse espanto conduz-nos a uma curiosidade sedenta que nos leva numa viagem, muitas vezes vertiginosa, até ao fundo de algumas das mais importantes questões que colocamos.
É velha superstição nossa, ficcionistas portugueses, fazermos cruzes contra o demónio interior e figas contra as tempestades. Mas enquanto não abandonarmos essa crendice não atingiremos nunca alturas desmesuradas.
in As batalhas que nós perdemos (1973) de Natália Nunes
Literatura é mais do que uma palavra derivada do latim. É imaginação, é criatividade, poesia, drama, ficção, não-ficção e, em alguns casos, jornalismo e música.
A literatura representa a cultura e a tradição de uma língua ou de um povo e o seu conceito é difícil de definir com precisão, estando em constante evolução.
É uma forma de arte superior que é muito mais do que juntar palavras numa página.
Agora reparo: se este homem se atirasse para o rio e se se deixasse arrastar, decerto não se afogaria logo, havia de ser tragado por algum redemoinho lodoso, havia de ser sugado pela noite escura que é a noite das águas e eu a vê-lo aqui de cima como tu, meu amor, me estás olhando aí de baixo, nada faria porque muito pouco realmente podemos fazer uns pelos outros a não ser sentir ou não sentir o que os outros sentem e se eles não quiserem sentir nada, nada mais há a fazer.
Excerto do conto Com Orgulho e Distinção
in Até já não é adeus (1989) de Cristina Carvalho
Quem acompanha este blog há algum tempo sabe que facilmente me perco em novas leituras, sem muitas vezes terminar as actuais. Prometi a mim mesma não o fazer, apesar de estar a ser uma promessa muito difícil de cumprir.
Durante a leitura de As Batalhas que nós perdemos, Natália Nunes tem espicaçado a minha curiosidade por dois autores dos quais pouco ou nada li: Augusto Abelaira e Raul Brandão.
E a tentação de os ler tem aumentado. Não vou conseguir resistir muito mais tempo, mas ainda não decidi qual deles irei começar a ler primeiro.
Para que essa leitura aconteça, quero garantir que a leitura dos autores que estou a ler presentemente - Natália Nunes, António Gedeão e Cristina Carvalho - não sofra com atrasos ou abandono, porque estou a adorar ler cada um deles.
De Natália Nunes:
De Cristina Carvalho:
De António Gedeão:
Já disse: é sobre a instituição tradicional de casamento que ele faz incidir a sua análise e a sua crítica, pois esta é, no domínio individual, a grande cerceadora da experiência e da aventura.
Comecemos pelos «axiomas» respeitantes ao casamento: casar não é já uma necessidade de ordem económica, mas uma loucura. De resto, a vida em família era um refúgio contra a falta de interesses de toda a ordem; a família era, só por si, uma ocupação deveras interessante.
in As batalhas que nós perdemos (1973) de Natália Nunes
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