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Livrologia

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31
Jul24

Haruki Murakami | Ouve a canção do vento

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Sobre Ouve a canção do vento, Murakami confessou que «todas as noites, quando chegava a casa, já tarde, depois de um dia de trabalho, sentava-me à mesa da cozinha e escrevia. Aquelas horas antes do nascer do Sol eram o único tempo livre que tinha. Nos seis ou sete meses seguintes dediquei-me à tarefa de escrever Ouve a Canção do Vento

Salienta também que «é um texto curto, mais próximo da novela do que do romance propriamente dito.Apesar disso, exigiu de mim um aturado labor. Logo à partida, dispunha de pouco tempo, e, mais importante, não fazia a menor ideia do que significava escrever um romance.»

31
Jul24

Adorava ouvir as histórias de cidades distantes

Não faço ideia. Talvez por se tratar do planeta onde nascemos. Só pode ser.

Eu, por exemplo, regressarei a Saturno assim que acabar a universidade. A fim de construir um país melhor. Será a revolução.

Independentemente de tudo isto, adorava ouvir as histórias de cidades distantes. Guardei algumas religiosamente na memória, como um urso que se prepara para hibernar. De todas as vezes que fecho os olhos, as ruas ganham forma, distingo as casas alinhadas, muro contra muro, as vozes das pessoas que ali moram. Consigo até pressentir o ritmo das gentes que povoam essas paragens longínquas e com as quais corro o risco de jamais me cruzar.

in Fliper (1980) de Haruki Murakami

30
Jul24

O sonho custa a domesticar

Quando o tio (o avô) se cala, há um estrondo maior; depois, o quarto sossega pouco a pouco. Abre os olhos, ainda receoso. Papéis adejam lentamente (como se boiassem) no ar cinzento de poeira, e afundam-se, poisam em livros esfrangalhados, cacos de porcelana, vidros, desperdícios. Uma última folha baloiça sobre o colete às riscas, mas de súbito agita-se, torna a subir, alcança o tecto com o impulso da voz ofegante (soprando agora o chão):

- Já calculava. O sonho custa a domesticar.

in Finisterra (1978) de Carlos de Oliveira

29
Jul24

Chopin e George Sand, uma das histórias de amor mais famosas e complexas

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Tema de Nocturno, o romance de Chopin, o relacionamento entre Chopin e George Sand foi uma das histórias de amor mais famosas e complexas da história da música e da literatura clássicas.

O seu relacionamento de quase uma década (1838–1847) influenciou profundamente a vida de ambos e foi marcado pela paixão, pela criatividade e pelo desgosto inevitável.

Sand era conhecida pelas suas ideias revolucionárias sobre os direitos das mulheres, pelo seu estilo de vida pouco ortodoxo e pelo seu pseudónimo masculino que usava nos livros que escrevia.

O casal conheceu-se em 1836, apresentado por amigos em comum. O romance deles, no entanto, apenas começaria dois anos mais tarde.

Sand era uma figura controversa na sociedade parisiense graças ao seu comportamento pouco convencional, que incluía vestir-se com roupas masculinas e fumar charutos.

Com o tempo, o relacionamento entre Chopin e George Sand começou a deteriorar-se, visto que as diferenças entre eles eram mais do que aquilo que os unia.

29
Jul24

Nem sei se sou nova se sou velha

Estou agora em frente à lareira que ainda vai queimando uns paus. Por cima, na parede, há um enorme espelho. Paro aqui em frente ao espelho. Tenho 42 anos e nem sei se sou nova se sou velha; quanto tempo mais viverei?

in Nocturno, o romance de Chopin (2009) de Cristina Carvalho

28
Jul24

O seu apaixonado amor pela história das realizações humanas

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É ainda na infância do Poeta que começa a manifestar-se uma inclinação que viria a definir-se e a fixar-se durante toda a sua longa vida de noventa anos de produção intelectual em diversificados sectores: seu interesse, melhor, o seu apaixonado amor pela história das realizações humanas (especialmente no campo das ciências e da educação, embora fosse também grande amador das artes plásticas e da música).

Excerto de Notas Introdutórias de Natália Nunes

in Obra Completa de António Gedeão

28
Jul24

As árvores crescem sós

As árvores crescem sós. E a sós florescem.

 

Começam por ser nada. Pouco a pouco

se levantam do chão, se alteiam palmo a palmo.

 

Crescendo deitam ramos, e os ramos outros ramos,

e deles nascem folhas, e as folhas multiplicam-se.

 

Depois, por entre as folhas, vão-se esboçando as flores,

e então crescem as flores, e as flores produzem frutos,

e os frutos dão sementes,

e as sementes preparam novas árvores.

 

E tudo sempre a sós, a sós consigo mesmas.

Sem verem, sem ouvirem, sem falarem.

Sós.

De dia e de noite.

Sempre sós.

Excerto de Poema das Árvores

Poemas Póstumos 1983

in Obra Completa de António Gedeão

Pág. 1/8

Quanto mais leio menos sei
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