O método que Sócrates desenvolveu visava convencer os interlocutores a rejeitar o saber aparente - «opinião» -, desprovido de qualquer fundamento objetivo, com origem no «senso comum».
Inquirindo acerca do significado e da definição de conceitos como «o bem», «a virtude» ou «a felicidade» - motivo pelo qual Aristóteles o considerou como fundador da filosofia do conceito -, fazia sobressair a incoerência e a inconsistência das crenças que dirigiam as acções daqueles que não refletiam sobre a essência dos valores.
Este tipo de proposta colocou Sócrates em tenaz oposição com os sofistas, cujos desígnios interesseiros e funcionalistas censurava, por colocarem indiscriminadamente o conhecimento ao serviço dos poderosos que lhes podiam pagar aulas de retórica com o único objectivo de melhor defenderem os seus interesses particulares.
Figura emblemática da filosofia, nasceu em Atenas cerca de 470 a. C. e foi considerado, segundo alguns historiadores na esteira de Cícero - que afirmou ter sido Sócrates quem «fez descer a filosofia do céu para a terra e a fez penetrar nos lares e nas praças públicas de Atenas» -, como o responsável pela transição para um novo período da filosofia grega, que se caracteriza pelo abandono das preocupações cosmológicas em favor de uma temática predominantemente antropológica.
Embora esta interpretação seja muito polémica - os temas do discurso socrático não divergem substancialmente das preocupações dos sofistas, que já haviam colocado o homem no centro da reflexão filosófica -, é pacífico reconhecer que se notabilizou pela inflexão que impôs no sentido da problematização ética.
A interrogação socrática tornou-se famosa e expôs a ignorância das pessoas que pensavam que sabiam, mas que, afinal, não sabiam mais do que ele.
Sócrates nunca dava respostas finais, aliás isso seria completamente contra o que defendia. Em vez disso, incitava a discussão e o constante questionamento.
Que efeito teve nas nossas vidas reais saber a distância entre o Sol e a Terra, ou se ele era do tamanho do Peloponeso ou maior do que o próprio mundo? O nosso comportamento não foi afectado por esse conhecimento. O que precisamos de saber é como conduzir as nossas vidas e a nós mesmos.
Questões como: O que é bom? O que é certo? O que é justo? A resposta a estas questões teriam impacto directo na maneira como vivemos. Sócrates achava que não sabia estas respostas e percebeu que mais ninguém sabia.
Sócrates foi o primeiro grande filósofo grego a ser ateniense por nascimento.
Estudou as filosofias dos pré-socráticos que tentavam, à sua maneira, compreender o mundo que nos rodeia. Reparou que havia desigualdade nessas filosofias, um turbilhão de teorias contraditórias. Apresentavam ideias sobre o mundo, mas sem grande preocupação com a aplicação de um método crítico.
Antes do desenvolvimento da escrita, a poesia antecedeu a prosa, porque era mais fácil de memorizar. Alguns dos primeiros textos filosóficos foram escritos em verso e alguns deles foram altamente memoráveis.
A filosofia é importante, porque explica as relações entre as diferentes formas de pensar, mapeia os diferentes caminhos que o pensamento pode seguir. Um caminho não invalida de imediato outro, podendo ambos ser necessários como partes de um pensar mais alargado.