A democracia do absurdo
Não estou desligada do meu país, mas sim da sua classe política, tragédia anunciada a cada acto insensato, a cada caso de corrupção, a cada despropósito verbalizado, a cada mentira desconchavada que nos fazem viver uma espécie de democracia do absurdo.
A desumanidade para com os seus cidadãos no que concerne à saúde, à educação, à justiça é de um desprezo ditatorial, de uma negligência atroz e salazarenta, terceiro mundista, como se os cidadãos fossem meros figurantes de uma ficção criada pelo seu (des)governo.
As hostes partidárias não conseguem desviar o olhar dos seus próprios umbigos, cada vez mais salientes, alimentados a interesses, favoritismos e compadrios, desnorteando um país inteiro para um naufrágio ao qual apenas eles sobreviverão.
Não estou desligada do meu país. Estou sim, revoltada, triste e desalentada.