A sociedade não perdoava que uma mulher quisesse ser livre juntamente com a sua arte
Matilde conversa com o irmão Gonçalo sobre o processo de se nascer, de crescer, de se tornar artista. Conversa com ele sobre a sua vontade de voltar a pintar, não como uma simples distracção, mas com a intenção de construir uma carreira.
Ao irmão é desculpado o facto de ter seguido uma carreira musical, dedicando-se à sua arte, com toda a liberdade, simplesmente porque é homem, mas a Matilde a família não lhe perdoa a escolha de seguir uma carreira como pintora.
Aliás, Matilde viria a perceber que por detrás dos sorrisos e da complacência familiar, todos tentaram secretamente desviá-la da pintura para a colocar no bom caminho para se tornar esposa e mãe. A sociedade não perdoava que uma mulher quisesse ser livre juntamente com a sua arte.