Augusto Abelaira | A Cidade das Flores
Melhor que ninguém, o próprio autor, Augusto Abelaira escreve sobre este seu romance no posfácio à segunda edição de “A Cidade das Flores”:
Porque leio eu um romance? (…) Independentemente de me ajudar a passar o tempo, a leitura dum romance multiplica em várias direcções a minha pobre vida quotidiana, permitindo-me sonhar.(…)
Essas histórias… ajudam-me a sair de mim próprio e a descobrir o mundo.(…) Os romances preocupam-se com homens vulgares, mais próximos de mim, homens que vivem no meu modesto universo.(…) Acontece, porém, que, muitas vezes, buscamos num romance as nossas próprias vidas, as vidas confusas dos nossos irmãos, as nossas preocupações.(…)
… creio que “A Cidade das Flores” documenta qualquer coisa, a reacção de certos homens a uma praga social – o fascismo; a reacção de certos homens a uma situação social adversa.(…) Homens que não crêem no futuro, ou, melhor: homens que, acreditando no futuro, não têm coragem de viver no presente esse futuro.(…) … tenho esperança de que, dentro de cinquenta anos, “A Cidade das Flores” já não seja lida. Significará isso que os problemas deste romance já passaram à história e que os homens deram mais um passo no caminho da justiça social. (…) ass="sapomedia images" style="text-align: justify;">Desejaria que “A Cidade das Flores” fosse entendida como um livro de quem acredita no progresso, na justiça, na paz, na possibilidade real de os homens serem todos iguais.