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Livrologia

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12
Jan20

Bárbara Helena, a sobrinha-neta de Manuel Bandeira

bandeira.png

O que mais gosto na blogosfera é a partilha e, a propósito da minha leitura de Manuel Bandeira a Alfa deixou o seu contributo e sugestão - que muito agradeço - de alargar a leitura do poeta à sua sobrinha-neta Bárbara Helena. 

Quando era mais pequena visitava o poeta com os seus pais, em Teresópolis, onde Manuel Bandeira tinha uma casa simples. Ele gostava muito da serra e viveu durante muito tempo em Petrópolis.

Recorda-se que o poeta lhe ofereceu alguns livros, inclusivé livros de Dostoievski, os primeiros que ela leu, de uma colecção encadernada a vermelho.

Aliás, Manuel Bandeira escreveu-lhe um pequeno poema, quando ela tinha seis anos:

Sou a única bisneta
de meu bisavô Bandeira
que era pessoa discreta
correta, desinteresseira
e era em pessoa a bondade.
Que responsabilidade!

 

Quando Bárbara Helena se tornou também ela poeta retribuiu com um poema:

Meu tio, Manuel.
Não o parente famoso
Que assombrou meus jantares de menina
Nem mesmo o que me deu a fábula traduzida
Com versinhos delicados para a criança que eu era
Não o sorriso dentuço, a voz anasalada
Que no disco antigo recitava
boi morto, boi morto
boi descomedido
boi espantosamente
Meu tio, Manuel
E a dedicatória em charada
Para o dicionário da menina
apaixonada por enigmas
Ama ri ah e lê
Na Bandeira
Do tio Manuel
Não o franzino parente
Que visitei já doente
Na Teresópolis distante
Não a presença da morte
Não a doença constante
Mas a eternidade plena
Que só entendi bem tarde
No Itinerário
Da Pasárgada familiar
Meu tio, Manuel
Que me legou este amor
Pela palavra juntada
Para formar outras coisas
Meu tio cinza das horas
De versos como quem morre
A memória permanece
Intacta, solta no ar
Mas é lá longe no reino
Onde o rei é nosso amigo
E Joana a Louca de Espanha
Vem a ser contraparente
que nos descobrimos juntos
ligados
Profundamente

 

Podem descobrir a escrita de Bárbara Helena em:

Ovo Azul Turqueza

Anjos de Prata

 

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