A propósito do bookstagram, esta tendência emergente de postar sobre livros
Não sei se é uma questão geracional ou de personalidade, mas não consigo gostar das redes sociais. Entediam-me e rapidamente perco o interesse.
Escrevo isto a propósito do bookstagram, esta tendência emergente de postar sobre livros, tirar selfies com livros e apresentar a crítica dos mesmos.
À primeira vista, parece inócuo. Aliás, é um movimento positivo que partilha um bom hábito pela rede social, no entanto, também existem alguns aspectos negativos.
Os algoritmos das redes sociais são criados para tornar os influenciadores e a suas marcas populares, o que incentiva muitas pessoas a procurarem o mero destaque sem qualquer reflexão ou aprofundamento de um tema.
Alguns começam a ler só porque o #bookstagram voltou a ser tendência, acabando por se tornar num acto de ‘bibliofilia performativa’, ou seja, lêem apenas porque é tendência, para se sentirem inteligentes, diferentes e superiores a quem os rodeia, o que acaba por aniquilar a essência da leitura. O que acaba por ser uma ameaça para a literatura, à medida que os livros vão sendo reduzidos a uma mera estética que se adapte ao feed de alguns influenciadores.
Mas nem tudo é mau!
A diversidade de plataformas online reúnem leitores em debates sobre livros, mantendo a literatura viva. A promoção da leitura nestas plataformas também permite atingir um público mais jovem que está constantemente ligado à internet. Não nos deixemos iludir, as estatísticas são alarmantes, considerando que menos de 3 em cada 10 crianças admitem que lêem diariamente.