Como mulher passa de objecto a criadora da arte
À medida que as páginas vão avançando, nota-se uma mudança de paradigma em Matilde. Como mulher passa de objecto a criadora da arte, decidida a lutar contra tudo e contra todos para se afirmar como artista. Simplesmente não pode negar o acto criador que vive dentro dela.
Segundo Teresa Sousa de Almeida, no seu artigo Capelinhas e candeias acesas Natália Nunes e a reflexão sobre o universo da arte, Matilde, a protagonista, simboliza uma artista que luta contra as convenções familiares e sociais para afirmar a sua vocação. Não interessa se é pintora ou escritora, porque a sua história é uma representação figurada das mulheres criadoras e também, do ponto de vista estético, dos homens que escolhem o seu próprio caminho dentro dos movimentos artísticos e ideológicos do tempo.