Dante Alighieri| Divina Comédia
Num dia assombrado de pensamentos, deambulava pela biblioteca em busca de um livro, um livro qualquer, que me acompanhasse nesta viagem sem regresso.
Subitamente parei em frente da estante da poesia e uma lombada verde distinguia-se de todo o cinzento que o rodeava. Retirei o livro e lia-se na capa "Divina Comédia", Dante.
A partir desse dia e durante semanas, sentei-me numa cadeira com o livro pousado na mesa, e comecei a mesma viagem que Dante fizera com a sua pena.
Primeiro pelo Inferno, depois pelo Purgatório e no final o Paraíso. Por esta mesma ordem, o meu estado de alma rastejou de um lugar escuro, permaneceu num limbo entre o querer e o não querer, estando eu hoje como nunca estivera, tão calma, tão tranquila.
Quanto mais aprofundava a sua leitura, mais espiritualmente mergulhava neste ímpeto de me ajoelhar num local sagrado e ler cada uma das suas páginas em profundo silêncio de oração.
A "Divina Comédia" é uma prece pela Humanidade.