Desafio de escrita dos pássaros #6
Quando Capuchinho com o seu cesto
Cantarolava pela floresta
Foi arrebatada pelo amor desonesto
Que a atingiu como uma flecha
Chamava-se ele Lobo Mau
E a maldade ficava-lhe tão bem
Doces palavras dizia num miau
Derretendo corações com desdém.
Encontravam-se às escondidas
Sempre em lugar secreto
Destas paixões proibidas
Ninguém sabia, tudo discreto.
Quando Capuchinho anunciou
O casamento com o seu amor
A avó imediatamente repudiou
O Lobo Mau, esse grande sedutor.
Lobo Mau procurava uma cabana
Para com Capuchinho viver
Mas distraído pela fome insana
Sete cabritinhos acabou por comer.
Eis senão quando, encontra
Abandonadas três cabanas
Decidindo sem mais delonga
Ficar com uma dessas choupanas.
Mas três porquinhos zangados
Apareceram a decretar
Serem eles os proprietários
Daqueles ninhos para amar.
Lobo Mau não quis saber
E gritou para um porquinho:
- Sai daí que vou-te comer!
- Sai já do meu ninho!
Furioso, soprou tão forte
Que fez uma cabana ir pelo ar,
Incendiou outra com o desnorte,
E conseguiu uma com o roubar.
Pelo incêndio enraivecido
Ficou um porquinho assado
O Lobo Mau ficou agradecido
Pelo banquete, mero acaso.
Capuchinho adorou o seu lar
As janelas e as cortinas
Os tapetes e a sala de estar
E as porcelanas finas.
Mas ao entrar na cozinha
Chocada, frigorífico não viu
Queria um de primeira linha
E assim ao Lobo exigiu.
O Lobo procurou, procurou
Nenhum havia em promoção
Nenhum frigorífico achou
Que grande desilusão.
O Lobo Mau ficando sem opções
Decidiu ir à casa da Branca de Neve
Esperou que saísse com os Sete Anões.
E entrou-lhes em casa, ah!, como se atreve!
O frigorífico desapareceu
Disseram que foi a bruxa má
Lobo Mau um roubo cometeu
O problema resolvido está.
O amor a tudo resiste
Mas não sem comida fresca
Só com uma cabana desiste
Da história mais pitoresca.