Este livro rapazes, já não representa a Minha Verdade inteira
No posfácio de A Escrava que não é Isaura Mário de Andrade decide escrever em nome próprio sobre a mudança de algumas das ideias que partilhara no livro que escrevera em 1922, mas que viria a publicar apenas em 1924.
A prova de que no Modernismo há espaço para a evolução e que evoluir pode ser um passo atrás ou ao lado:
Confesso que das horas que escreveram esta Escrava em abril e maio de 22 para essas últimas noites de 1924 algumas das minhas ideias se transformaram bastante. Duas ou três morreram até. Outras estão mirradinhas, coitadas! Possível que morram também. Outras fracas desimportantes então, engordam com as férias que lhes dava. Hoje robustas e coradas. E outras finalmente apareceram.
Que aconteceu?
Este livro rapazes, já não representa a Minha Verdade inteira da cabeça aos pés. Não se esqueçam de que é uma fotografia tirada em abril de 1922. A mudança também não é tão grande assim. As linhas matrizes se conservam. O nariz continua arrebitado. Mesmo olhar vibrátil, cor morena.