Finisterra, uma obra aberta que o leitor também escreve
A função parentética torna-se paradoxal, no discurso de Carlos de Oliveira, porque para além desse papel de refúgio, em certa medida aparentemente pelo menos, edifica, aos olhos do leitor, aquilo a que se chama uma obra aberta, isto é, uma obra onde se sente um apelo para que seja precisamente o leitor a elaborar os elos discursivos em falta ou a formular as respostas, detectando contradições, completando afirmações, formulando hipóteses.
Obra aberta que parece assim propor aos leitores que, à custa das premissas nela lançadas, construam eles um outro ou outros possíveis romances...
in A Ressurreição das Florestas (1997) de Natália Nunes