Fiódor Dostoiévski| Crime e Castigo
Orfão por assassinato, preso como revolucionário, renascido para o cristianismo, Dostoiévski esteve inevitavelmente preocupado com a violência e a injustiça, bem como com a batalha entre o bem e o mal. A luta entre os radicais não religiosos e o sistema anti-democrático encheu-o de fascínio e horror.
Este romance absorve essas preocupações na história de Raskólnikov, um estudante de uma São Petersburgo empobrecida, desvastado pelo remorso depois de assassinar uma penhorista.
Todos os elementos do melodrama vitoriano estão aqui, desde a prostituta com bom coração à irmã casta com o seu pretendente lascivo; o que distingue Crime e Castigo é a intensidade do conflito moral.
Phil Daoust
Traduzido do inglês-www.theguardian.com
Quando abrimos a primeira página de Crime e Castigo, Raskólnikov agarra-nos pela mão e leva-nos consigo pelo seu delírio culposo. A culpa ou a não existência dela assombram-no, entranhando-se nos seus pensamentos, nos seus sonhos, em cada fibra do seu ser.
Adorei o diálogo de Raskólnikov com Sónia, quando ele decide confessar-lhe o seu tormento. Para além de ter sido o capítulo que mais me apaixonou, são eles também as personagens da minha eleição.