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Abr24
Poema do Verde Prado
Enquanto a Lua sobe, o alaúde
soa, ressoa, pertinaz, plangente.
Passa de negro o espectro da virtude
movendo os lábios fervorosamente.
Bala o cordeiro manso, e a voz ecoa,
tímida e branda, sonolenta e mole.
Dos prados desce às ruas de Lisboa.
Nem uma aragem na folhagem bole.
Silêncio.
Apurando o ouvido sobre a loisa,
e forcejando o fecho,
parece ouvir-se ao longe qualquer coisa.
É a Terra girando no seu eixo.
Poema do Verde Prado
4 Poemas da Gaveta
in Obra Completa de António Gedeão