02
Ago21
Jorge de Sena| A Janela da Esquina
A D. Felisberta passava os dias que lhe restavam no esquecimento de um janela que dava para a rua. Vive da vida lá de fora, porque a sua já partira há muito tempo, deixando para trás o seu corpo que ainda respira. Será esta a derradeira solidão da velhice? Viver a vida dos outros como se fosse a nossa?
Esta janela são todas as janelas por este país fora que emolduram os nossos velhos, esquecidos por todos.