Mário de Andrade enviava os seus poemas a Manuel Bandeira
Mário de Andrade e Manuel Bandeira trocaram cartas durante vinte e dois anos. Nessas cartas há debates profundos sobre uma diversidade de temas, inclusivé sobre as suas próprias poesias.
Mário de Andrade enviava os seus poemas a Manuel Bandeiraa para obter o seu parecer crítico e nessa troca epistolar discutiam sobre o "fazer poético", revelando em desabafo como era árduo escrever poesia.
As cartas destes dois amigos revela um processo de criação partilhada em que a amizade ascende a um plano humanamente divino, superior ao acto criador, superior à própria poesia.
Sobre Pauliceia Desvairada, Manuel Bandeira viria a confessar:
Quando morei na Rua do Curvelo conheci melhor Ribeiro Couto, que me aproximou da nova geração literária do Rio e de São Paulo: Ronald, Álvaro Moreyra, Di Cavalcanti, Mário e Oswald de Andrade.
Em 1921 Mário veio ler aqui sua “Pauliceia Desvairada”.
Foi a última influência que recebi. O que veio depois me encontrou calcificado.
~Manuel Bandeira~